Farc e governo colombiano pausam diálogos para avaliação 

O governo da Colômbia e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército do Povo (Farc-EP) iniciam, nesta quinta-feira (14), um alto ao diálogo de paz, recesso que as partes usam para revisar o que foi abordado no processo de negociações. 

Como tem sido usual desde a instalação, em Havana (capital de Cuba), da mesa de conversações, no passado 19 de novembro, as delegações da guerrilha e da administração do presidente Juan Manuel Santos trabalharam durante três dias no Palácio de Convenções antes da pausa de 24 horas.

O recesso destina-se, segundo os interlocutores, para realizar consultas internas e avaliar a marcha de conversas centradas no tema agrário, no qual o Governo e as Farc-EP reconhecem avanços.

As conversações se desenvolvem no sexto ciclo do processo, que começou na passada segunda-feira (11), com continuidade da questão da terra, considerada essencial para uma solução de paz estável e duradoura na Colômbia, país assolado por décadas de conflito armado.
Durante o atual período, as forças insurgentes prosseguiram com a apresentação de propostas destinadas a melhorar a situação do campo na nação sul-americana.

Na véspera, as Farc-EP defenderam a garantia de uma renda básica rural universal, a dotação de terras suficientes aos campesinos minifundiários e sem-terra, a proteção do trabalho, a geração massiva de emprego e o melhoramento dos rendimentos, entre outras iniciativas.

Nos ciclos anteriores, o movimento propôs o reconhecimento do direito à terra das comunidades indígenas, afrodescendentes, “raizales” (habitantes do arquipélago de San Andrés, Providencia e Santa Catalina) e “palenqueras” (de comunidades de antigos escravos).

As Farc-EP expressaram otimismo relacionado com as conversações de paz e reiteraram sua demanda pela presença, na meda, do guerrilheiro Simón Trinidade, encarcerado nos Estados Unidos depois da sua extradição, em 2004.

Da sua parte, a representação governamental sinalizou a sua vontade de impulsionar os debates sobre a questão agrária, para avançar no resto da agenda acordada pelas partes para as conversações de paz.

“Viemos com muito vigor para trabalhar firmemente”, disse o chefe da delegação do Executivo, Humberto de la Calle.

O Governo e as Farc-EP desenvolveram uma aproximação a partir de uma agenda de seis pontos, entre os quais se sobressaem, além do assunto da terra, o problema do narcotráfico, a participação política e a atenção às vítimas de mais de meio século de hostilidades.

As conversações têm Cuba e Noruega como garantes, enquanto a Venezuela e o Chile desempenham o papel de observadores.

Fonte: Prensa Latina
Tradução da Redação do Vermelho