Corte Interamericana: Evo Morales inicia semana debatendo saída 

O governo da Bolívia continua nesta segunda-feira (25) os debates internos sobre a eventual saída da Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), descrita pelo presidente Evo Morales como “instrumento do imperialismo e do capitalismo”. Ele havia informado, durante entrevista televisiva, que nesta semana será estudada a possibilidade de o país deixar o organismo, de acordo com declarações recentes. 

Evo Morales - Agência Efe

“Esta CIDH não responde aos povos nem aos Estados da América Latina, são instrumentos do império; por tanto, devemos nos retirar; entretanto, temos um debate interno e vamos sustentar esse debate”, disse o presidente.

Morales indicou que esta avaliação determinará se a Bolívia continua nessa comissão ou se irá se retirar finalmente, porque até agora “o que a CIDH tem feito é defender o império, e não aos povos”, afirmou.

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Durante a entrevista de domingo (24), o presidente descreveu a Organização de Estados Americanos (OEA) e a Corte Interamericana de Direitos Humanos como instrumentos do capitalismo para submeter os governos de esquerda da região.

“O que é a OEA, o que é a CIDH, quem querem observar desde um ponto de vista dos direitos humanos? Os países progressistas, os governos progressistas, os governos anti-imperialistas e anticapitalistas", afirmou.

Criticou ainda a dupla moral destes organismos, por atacar mandatários latino-americanos enquanto assumiram uma atitude cúmplice durante a época das ditaduras militares, ainda mantida com o governo de Estados Unidos.

"Estas organizações decidem de maneira unilateral contra governos anticapitalistas, enquanto ficaram em silêncio sobre os repressores que massacravam os seus povos ou ante os Estados Unidos, que não ratificou todos os tratados de direitos humanos", disse.

O chefe de Estado reiterou também que seu país está preparado para apresentar à Corte Internacional de Justiça em Haia uma demanda contra o Chile para a devolução dos terrenos costeiros do Pacífico, usurpados durante uma guerra no final do século 19.

O presidente também afirmou que o país vizinho poderá se beneficiar da exportação de gás boliviano no caso de concordar com uma solução para o caso marítimo.

O governante denunciou ainda que o Chile paralisou a retirada de minas na fronteira comum, o que vai contra convenções internacionais subscritas por ambas as nações desde 2002.

Fonte: Prensa Latina
Tradução da redação do Vermelho