Argentina continuará lutando pela soberania das Malvinas 

A presidenta da Argentina, Cristina Fernández, reiterou nesta terça-feira (2) que sua nação continuará pedindo, incansavelmente, que se cumpra o direito internacional sobre a soberania das Ilhas Malvinas, ocupadas pelo Reino Unido desde 1833. 

Cristina Fernández

“O único que continuamos pedindo, incansavelmente, como o que fazemos em outras causas, é que se cumpra o direito internacional e que o governo do Reino Unido dialogue e não use as Malvinas para ocultar o desastre econômico e social que ocorre na Europa fruto das políticas de atrasos e roubos a comerciantes e empresários”, manifestou a mandatária na praça do Monumento aos Mortos nas Malvinas onde liderou o ato pelos 31 anos do ocorrido. 

Destacou que seu país trabalha pela paz e se perguntou “por que o governo do Reino Unido se nega a dialogar com o governo democrático que fez da defesa dos direitos humanos e sociais uma bandeira”.

“A guerra só serve aos que vendam e fabricam armas, nós queremos criar conhecimento, gerar ciência e queremos saber todos os recursos e potencialidades que temos no mar argentino”, destacou.

Além disso, a presidenta esclareceu que “nenhum ser humano é inimigo do povo argentino pelo fato de pensar diferente (…) Argentina não tem inimigo, o único inimigo é a pobreza e miséria que estamos combatendo, que ninguém se equivoque”.

Malvinas: Uma causa regional de soberania

No marco da cerimônia pelo Dia dos Veteranos e os Mortos na Guerra das Malvinas, Cristina destacou o apoio da América Latina pelo pedido de soberania das Ilhas.

“Já não é uma causa argentina, porque se de algo sendo plena de amor é conseguir com o acompanhamento da América Latina, Mercosul ( Mercado Comum do Sul), Unasul (União das Nações Sul-americanas) converter as Malvinas não em uma causa nacional mas regional e de luta contra o colonialismo”, explicou.

Enfatizou que a região tem muito próximo aos “últimos vestígios de um dos males que mais envergonham, o colonialismo das grandes potências”.

Cristina Fernández lembrou que durante muito tempo “quis desaparecer com os que combateram e quiseram esquecer que as malvinas são argentinas e que são uma causa inabalável”.

A união faz a força

A presidenta chamou seu povo para manter o compromisso irrenunciável da causa das Malvinas que “é uma causa de Estado. É bom que os argentinos estejamos unidos". 

“Peço, pela honra dos argentinos mortos que sem perder nada entregaram tudo, que quando vejam um irmão com que tiveram diferenças não vejam um inimigo (…) Se não se quer ao povo, ao próximo é impossível querer a pátria. Não podemos esquecer que a pátria é o outro, não é um conceito vazio e abstrato”, expressou a mandatária.

Identificação dos mortos

A chefa de Estado anunciou que conseguiram localizar 100 familiares dos soldados mortos na Guerra das Malvinas. “Eles merecem ter uma placa com seu nome e sobrenome, que cada mãe e pai possam ir no túmulo de seu filho e colocar uma flor, Este é o maior exercício de direitos humanos, que é velar e enterrar os nossos mortos”, manifestou. 

Afirmou que seu governo está em marcha com este plano. “Contamos com a equipe mais importante de identificação de DNA”. A mandatária ressaltou que o povo argentino “nunca traiu a memória dos que lutaram e morreram” pela pátria.

Cristina Fernández concluiu o ato com palavras de seu esposo e ex-presidente da Argentina Néstor Kirchner: “Os que ficam especulando nunca ficarão na história, na história ficam os que se jogam todos os dias pela pátria, pelo povo, pelo outro”.

Fonte: TeleSur
Tradução da Redação do Vermelho