Faculdade de Artes Dulcina de Moraes será pública

GDF garante a formação e o ingresso de novos alunos, mas não assume dívidas da antiga mantenedora.

Após reivindicação de professores, alunos e da classe artística, o GDF decidiu, em uma iniciativa pioneira, tornar pública a Faculdade de Artes Dulcina de Moraes. Com a medida, o governo se isenta das dívidas da instituição, que ficará a cargo da antiga mantenedora, a Fundação Brasileira de Teatro (FTB). Com a estatização da faculdade, o governo irá garantir a formação dos antigos estudantes e o ingresso de novos alunos a partir do segundo semestre de 2013.

"O governo tem o compromisso de assegurar o funcionamento do Dulcina para que os estudantes possam concluir seus cursos, o que é um direito básico", afirmou a chefe de gabinete da Secretaria de Educação, Natália Duarte.

Com a tomada de ação, o GDF assu mirá o projeto pedagógico da faculdade, que desde 1989 passava por sucessivos problemas, como escassez de investimentos em infraestruturas, falta de remuneração dos professores e conservação inadequada dos acervos artísticos.

De acordo com o secretário de Governo do DF, Gustavo Ponce de Leon, além dos problemas apresentados, o GDF já estudava como criaria uma faculdade de artes para suprir a carência das escolas da rede pública e do próprio mercado regional. "A Dulcina de Moraes também é um patrimônio artístico e cultural do DF", informou.

Formação

A professora de Metodologia da Pesquisa, Luzia Costa, considera correta a decisão do GDF. Ela diz que o DF não pode perder uma instituição que tem tanta projeção em Brasília e uma tradição de 40 anos. "Muitos professores que hoje trabalham nas redes pública e privada de ensino se formaram na Faculdade Dulcina de Moraes. Garantir a continuidade desse projeto é imprescindível porque o governo precisa desses profissionais", destacou.

Um desses alunos é o diretor de teatro de Brasília, Túlio Guimarães, que, ao lado do irmão, Fernando Guimarães, forma uma das mais conceituadas duplas de diretores do país. Professor da faculdade desde 1994, Túlio recebe com bastante entusiasmo a decisão do GDF de transformar a Dulcina de Moraes em faculdade distrital.

"A instituição é um patrimônio da cidade e e statizá-la é algo extremamente positivo porque, se não houvesse a intervenção, iria fechar."

Túlio Guimarães disse que a situação ficou tão grave que os docentes passaram meses sem receber salário. "Muitos professores não suportaram e saíram", complementou.

Atualmente, a faculdade tem cerca de 200 alunos e oferece cursos de graduação em licenciatura e bacharelado em Artes Cênicas, licenciatura em Artes Visuais e Pós-Graduação nos cursos de Direção Teatral, História das Artes Visuais e Gestão de Espaços e Projetos Culturais.