Feliciano acusa movimento de 'empestear país com pensamento gay'

O deputado pastor Marco Feliciano (PSC-SP) demonstrou nesta segunda (1º/4) ceticismo sobre a reunião de líderes partidários na Câmara que tratará do seu caso. O encontro estava marcado para esta segunda, mas foi transferido para a semana que vem.

"Eu não recebi o convite ainda. Estou estudando se eu vou atender. Regimentalmente, não tem o que ser feito. Eu não sei o que faria nesse colégio de líderes. Ir ali para ser oprimido e achincalhado por um grupo de pessoas que, na verdade, deveria defender o Parlamento – e não abrir um precedente como está sendo feito", disse o deputado.

Em entrevista ao Poder e Política, programa da Folha e do UOL, Feliciano falou sobre suas convicções religiosas. O deputado diz estar magoado com a ministra da Casa Civil, Glesi Hoffman, que não o ajudou a ter audiência com a presidenta Dilma Rousseff ou com o ministro da Secretaria-Geral, Gilberto Carvalho, para tratar do impasse na comissão de Direitos Humanos.

Neste mês, Feliciano diz esperar o apoio de 24 mil pastores que estarão em Brasília para um congresso da Assembleia de Deus. O deputado aguarda também outras manifestações a seu favor. "[Eles, o movimento LGBT] colocam 20, 50, 200 pessoas na rua. Se é público que eles querem ver, nós temos 50 milhões [de fiéis] no país".

A respeito de sua declaração recente sobre a CDHM ter sido no passado comandada por "Satanás", explicou não se referir a alguém especificamente, mas a todos que pensam de forma diferente da sua. "Satanás", no caso, seriam "os adversários" no campo das ideias.

Conservador nos costumes, Feliciano explicou a maioria das suas opiniões que vêm sendo alvo de críticas. Acusado de racismo e homofobia, ele se comparou ao papa Francisco, da Igreja Católica, e disse que ambos são perseguidos pelos simpatizantes da causa LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros).

Sobre sua frase polêmica no Twitter na qual afirmou que 'negros são amaldiçoados', o deputado pastor explicou que seria apenas uma expressão da Bíblia. Hoje "escreveria da mesma forma, mas diria que a frase não termina aqui".

A interpretação de que houve racismo seria "maldade nos olhos de quem lê", segundo Feliciano. Para ele, os 'maldosos' são "um grupo de pessoas na internet. O movimento LGBT. Nós temos tudo isso catalogado. Eles acabaram empesteando o país inteiro com esse pensamento".

Feliciano acha que o Brasil vive uma "ditadura gay" e relata que na Assembleia de Deus, "tem muitos casos de ex-gays".

O deputado é contrário a uma lei que combata a homofobia. Em mais uma demostração de total desconhecimento da temátca dos direitos humanos, argumenta que no caso da amprovação da lei, outras minorias como,  por exemplo, os "caolhos" e "banguelos" também teriam direito a uma legislação específica para preservar seus direitos.

Contrário a manifestações públicas de carinho entre gays, o deputado acredita que os próprios homossexuais saberiam que se trata de algo inconveniente. Cita o caso de artistas mulheres se beijando em público para protestar. "Você viu algum artista masculino dar algum beijo na boca de outro artista masculino? Não tem. Por quê? Porque eles sabem que isso vai chocar a população. Porque um beijo feminino talvez choque menos".

Informações da Folha de S.Paulo