Menores palestinos morrem em protestos com disparo israelense 

Um menor palestino de 17 anos morreu nesta quinta-feira (4) devido aos disparos feitos por soldados israelenses, o segundo caso em dois dias, durante os protestos pela morte de Maisarah Abu Hamdiyeh, que sofria de câncer e foi vítima de negligência médica em uma prisão israelense. 

O adolescente morreu no ato, depois de as tropas ocupantes abrirem fogo contra manifestantes na cidade de Tulkarem, segundo fontes das forças de segurança palestinas. As mesmas fontes haviam relatado a morte, em circunstância idêntica, de outro menor, de 16 anos, na noite desta quarta-feira (3).

Em meados de março, as tropas israelenses foram autorizadas a utilizar munição de guerra contra os manifestantes, após os protestos violentos pela morte de outro palestino que estava preso, Arafat Jaradat, vítima de torturas graves, segundo informação dos médicos que fizeram a sua autópsia.

O anúncio da morte de Abu Hamdiyeh provocou uma greve geral de três dias na Cisjordânia e a declaração de três dias de luto pela Autoridade Palestina, cujo presidente Mahmoud Abbas acusou Israel de negligência médica com os detidos.

O advogado de Abu Hamdiyeh, que padecia de câncer, revelou que os médicos da prisão em que estava só lhe prescreviam analgésicos e antibióticos.

As persistentes erupções de violência na Cisjordânia serão tema da visita que o secretário de Estado norte-americano John Kerry realizará à vizinha Jordânia e da reunião que com Abbas no final de semana, depois da visita a Israel, neste sábado (6).

Nas cárceres israelenses há cerca de 4.500 palestinos por delitos qualificados de políticos pela potência ocupantes, e 1.800 deles foram diagnosticados com enfermidades crônicas e outras condições de saúde que requerem uma atenção especializada que não recebem.

De acordo com um decreto das autoridades israelenses, qualquer pessoa suspeita de atividades contra as forças israelenses (ou seja, contra a ocupação militar da Cisjordânia) pode ser encarcerada por períodos indeterminados de tempo, isolada e privada da defesa de advogados, enquadrados no conceito de “detenção administrativa”.

Com Prensa Latina,
da redação do Vermelho