Líbano escolhe primeiro-ministro interino; eleições para junho

Consultas de última hora estão em curso nesta sexta-feira (5) no Líbano, para a designação de um primeiro-ministro interino, que organizará as próximas eleições legislativas. A candidatura central será a do deputado Tamman Salam, um muçulmano sunita da Coalizão 14 de Março. 

A coalizão é liderada pelo ex-chefe de Governo Saad Hariri, filho do antigo primeiro-ministro Rafik Hariri, morto em 2005 em um evento que deu formato às duas coalizões opostas no Líbano, 14 de Março e 8 de Março.

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Salam desempenhou o cargo de ministro no gabinete encabeçado, em 2008 e 2009, por Fouad Siniora, que cedeu seu posto a Saad Hariri. Entretanto, em 2011 uma renúncia massiva de titulares do gabinete obrigou Hariri a demitir-se.

A presente crise governamental libanesa foi impulsionada pela demissão do primeiro-ministro Najib Mikati, por desacordos com o presidente Michel Suleiman e com o partido de resistência islâmica Hezbollah sobre a extensão do mandato de chefe das Forças de Segurança Interna, entre outros temas, como a postura a tomar sobre a crise na Síria e o debate sobre uma nova lei eleitoral.

Para esta sexta está programado o início das consultas do mandatário com os partidos representados no Parlamento, das que poderia emergir outro candidato. As consultas devem estender-se até a próxima semana.

A designação de um preimeiro-ministro de consenso será o primeiro passo para a solução do conflito político interno, devido a aprovação da nova lei eleitoral para as eleições previstas para junho.

Há alguns dias o presidente Suleiman disse que celebrar o sufrágio a partir da normativa de 1960 (quando um acordo dividiu as representações governamentais entre diferentes linhas religiosas) “não seria bom, mas não realiza-lo seria um pecado fatal.”

O Líbano atravessa uma delicada situação de segurança derivada das tensões entre as diferentes agrupações internas de cunho ideológico e sectário, intensificadas com as divergências relacionadas com a crise política vivida pela Síria.

O Hezbollah, xiita, é uma parte importante do governo, ao lado de cristãos maronitas que divididos entre o 8 de Março e o 14 de Março de Hariri, um multimilionário próximo das monarquias da Península Arábica.

Episódios de violência armada entre apoiadores e adversários do presidente sírio Bashar al-Assad na cidade de Trípole (no norte do Líbano), além de sequestros políticos de membros de ambos os lados complicam a situação, apesar de um acordo nacional sobre a postura de neutralidade e distanciamento, com o objetivo de evitar envolvimento direto do Líbano na questão e um aumento da violência interna.

Com agências,
da redação do Vermelho