Protestos nos Estados Unidos pelo fim da prisão em Guantânamo

Grupos defensores de direitos humanos nos Estados Unidos realizarão na quarta (10) e na quinta-feira (11)) duas jornadas de protesto nacional exigindo o fechamento do campo de concentração situado na base naval ilegal de Guantânamo, instalada em um território ocupado a Cuba.

As organizações Testemunhas contra a Tortura (WAT, na sigla em inglês), o Mundo não pode Esperar e o Centro de Direitos Constitucionais convocaram em conjunto à iniciativa, planificada também em solidariedade com numerosos prisioneiros do centro em greve de fome desde faz dois meses.

O programa inclui concentrações pacíficas e vigílias em frente à Casa Branca, em Washington, e os edifícios federais localizados em cidades como Nova York, Chicago, São Francisco, New Haven, Seattle, Hartford, Worcester, Raleigh, Milwaukee, Baltimore, Detroit, Houston e Los Angeles, entre outras.

Os manifestantes mostrarão rejeição às arbitrariedades cometidas contra os prisioneiros mediante telefonemas à sede presidencial, mensagens eletrônicas e comentários na rede social Twitter, com as hashtags @BarackObama, @WhiteHouse Keep your promise: #closegitmo e #GitmoHungerStrike.

Ainda exigirão o fim da detenção por tempo indefinido dos 166 homens encarcerados ali há mais de uma década sob suspeita de terrorismo, mas sem enfrentar julgamento nem acusações concretas.

Os membros de WAT manterão uma greve de fome rotativa enquanto durar o protesto no centro militar – aberto por Washington em 2002 no sudeste de Cuba – e cada um escolherá um dia para não ingerir alimentos, realizar três telefonemas às autoridades federais e escrever uma carta de apoio aos grevistas.

Pelo menos 130 internos da prisão continuam sem comer, em denúncia das severas medidas disciplinárias como o confinamento por tempo indefinido, os registros a seus pertences e o confisco de cópias do Alcorão, o livro sagrado dos muçulmanos.

Entretanto, o Departamento de Defesa só reconhece a 41 grevistas, e a 11 deles lhes administram alimentos através de sondas nasogástricas por perda excessiva de peso.

Uma delegação de 13 médicos e especialistas de saúde do Comitê Internacional da Cruz Vermelha supervisiona a saúde dos reclusos.

A base naval dos Estados Unidos em Guantânamo é considerada um moderno campo de concentração onde são aplicadas brutais modalidades de tortura como o isolamento em celas com temperaturas extremas ou a manutenção dos prisioneiros amarrados em posição fetal por mais de 24 horas e sem alimentos.

O presidente Barack Obama não cumpriu com sua promessa eleitoral feita em 2007 de fechar a tal instalação, qualificada por muitos como um verdadeiro abismo em matéria de respeito aos direitos civis.

Fonte: Prensa Latina