Pentágono anuncia investimentos na base ilegal de Guantânamo

O Pentágono anunciou uma série de investimentos para modernizar os acampamentos militares na base naval ilegal de Guantânamo, no leste de Cuba, o que não inclui melhoras nas condições dos prisioneiros que estão presos.

Desde 2002, os Estados Unidos mantêm um campo de concentração nessa base localizada em território cubano contra a vontade do povo e do Governo de Cuba.

O advogado David Reme, um dos representantes dos presos, disse que a Casa Branca não economiza nos custos para manter essas pessoas privadas de liberdade ali, em lugar de levá-las a território estadunidense.

Reme acrescentou que os planos de manutenção e ampliação da infraestrutura dos militares em Guantânamo continuam, apesar dos cortes no orçamento do Pentágono, que chegam a mais de US$ 46 bilhões.

O Departamento de Defesa pretende dedicar ao redor de US$ 150 milhões para dita instalação, incluída a construção de um refeitório e dormitórios para os 848 guardas que trabalham lá, informou nesta sexta (22) a emissora de TV NBC.

A proposta inclui apenas pequenos investimentos relacionados com a prisão, como acomodar espaços para gravar e registrar os interrogatórios.

Guantânamo é considerada a prisão mais cara dos Estados Unidos, com orçamento operacional neste ano próximo aos US$ 177 milhões, o que significa a despesa de quase US$ 1 milhão para a vigilância e proteção da cada um dos 166 prisioneiros, agregou a NBC.

Funcionários públicos militares confirmaram na quarta-feira (20) que o número de presos em greve de fome na instalação triplicou nas últimas duas semanas, de sete a 25, e oito deles estão sendo alimentados à força.

Em uma carta ao Congresso estadunidense, advogados defensores dos réus indicaram que temem um desfecho fatal ao protesto de seus clientes, dos quais pelo menos duas dúzias estão inconscientes.

O chefe do Comando Sul das forças armadas dos Estados Unidos, general John Allen, explicou ontem em uma audiência do Comitê de Serviços Armados da Câmara de Representantes que os investimentos na base não estão dirigidos a melhorar as condições de vida dos presos.

O militar disse que os presos declararam greve de fome porque ficaram devastados quando o presidente Barack Obama retrocedeu na decisão de fechar a prisão de Guantânamo.

Os detentos foram capturados no estrangeiro e quase todos levam 11 anos presos sem acusções concretas.

Seis deles iniciaram greve de fome no dia 6 de fevereiro deste ano, contra a aplicação de severas medidas disciplinares como o confinamento por tempo indefinido, as contínuas revistas a seus pertences e confisco de cópias do Corão, o livro sagrado dos muçulmanos.

Fonte: Prensa Latina