China e EUA comprometem-se com relações "fortes e normais" 

As conversações entre líderes chineses e o secretário de Estado dos EUA John Kerry, durante a sua visita de dois dias à China, foram “frutíferas”, disseram analistas, que pediram a implementação completa de seus acordos. Os EUA querem uma relação “forte, normal e especial” com a China “porque o país asiático é uma potência com a grande capacidade de fazer o mundo avançar”, disse Kerry numa nota de imprensa neste sábado (13) à noite, depois do encontro com líderes chineses.

John Kerry e Wang Yi em Beijing - Xinhua

Esta foi a primeira visita de Kerry à China como secretário de Estado, e foi parte de um tour pela Ásia, com paradas que incluíram Seul (Coreia do Sul) e Tóquio (Japão).

O presidente da China Xi Jinping, o premiê Li Kegiang, o conselheiro de Estado Yang Jiechi e o ministro das Relações Exteriores Wang Yi tiveram conversas detalhadas com Kerry para explorar os novos tipos de relações entre potências, enquanto as diferenças se mantêm em certas áreas entre as duas maiores economias do mundo.

Bob Berring, um professor de direito da Universidade da Califórnia, Berkeley, que lecionou em cursos relacionados à China por muitos anos, disse que Kerry demonstrou a “boa-vontade e as intenções honestas” dos EUA.

Há ainda questões de curto-prazo, como a questão nuclear de Pyongyang (capital da Coreia do Norte), “mas as relações de longo-prazo entre a China e os EUA são mais importantes”, disse.

Berring mencionou também o fato de não haver razões para que os EUA e a China deixem de cooperar no futuro. “Racionalmente, não há conflitos de interesses, necessariamente. É um desafio para a liderança dos EUA reconhecer a China como um par, uma nação que precisa ser tratada como um igual”, completou.

“Esse é um momento crítico, obviamente, e ser capaz de falar diretamente com o meu homólogo chinês, tentando focar em alguns assuntos críticos é importantíssimo”, Kerry disse aos funcionários da embaixada dos EUA em Beijing, neste domingo (14), antes da sua partida para Tóquio, de acordo com a agência de notícias AFP.

Durante a reunião, o primeiro-ministro chinês Li e Kerry concordaram em emitir uma declaração conjunta sobre a mudança climática, e anunciaram que os dois países estabeleceriam um grupo de trabalho sobre o tema, no quadro dos Diálogos Estratégicos e Econômicos entre os dois países, cuja 5ª rodada será realizada em julho.

O conselheiro de Estado Yang Jiechi disse que a China está comprometida com “o avanço do processo de desnuclearização da Península Coreana” e “vai trabalhar com as partes envolvidas, incluindo os EUA, para desempenhar um papel construtivo”.

“A China e os Estados Unidos devem também dedicar-se a diálogos calmos e objetivos sobre o ciberespaço”, disse o ministro das Relações Exteriores Wang Yi. Beijing e Washington têm trocado acusações, recentemente, sobre invasões cibernéticas massivas.

Fonte: China Daily
Tradução da redação do Vermelho