Paraguai: após 10 meses do golpe, camponeses pedem esclarecimento

A Coordenadora das Organizações Camponesas e indígenas do Paraguai demandou nesta segunda-feira (15) esclarecimento do sangrento despejo camponês em Curuguaty e liberação dos presos sem julgamento, ao cumprir-se 10 meses do ato.

Durante uma concentração na Suprema Corte de Justiça, Alicia Amarilla, dirigente da coordenação, disse para a Prensa Latina, que demandam um pronunciamento sobre os pedidos judiciais apresentados neste sentido. 

A Corte deve responder as provas entregues sobre a real titularidade das terras de Curuguaty pois pertencem ao Estado e não ao latifundiário que pediu o desalojo, o que trona ilegítima a acusação de invasão por parte dos camponeses.

Outro dos documentos que ainda não respondeu a Corte é referente a parcialidade dos juízes e fiscais, para a suspensão sem aviso prévio da audiência preliminar no julgamento contra os presos e a investigação das mortes extrajudiciais registradas durante o desalojo.

Um total de 11 camponeses e seis policiais morreram a vida durante a operação policial e uma dezena de camponeses permanecem presos, além de outros 40 em situação foragidos pois temem por suas vidas.

Amarilla explicou que também reclamam que as terras apropriadas ilegalmente pelos latifundiários sejam entregues pelo Estado aos familiares das vítimas e se aplique a justiça que utilizaram este trágico episódio para realizar um golpe de Estado parlamentar.

Lembrou que o Comitê de Direitos Humanos da ONU exigiu, recentemente, uma investigação imparcial ao governo de Federico Franco e destacou as acusação contra os camponeses presos ou perseguidos se mantém sem prova alguma contra eles.

Fonte: Prensa Latina