Avaliação de riscos é debatida no pré Fórum de Ciências

O Dr. Ali Mosleh, professor de Engenharia Mecânica, da Universidade de Maryland, na California, nos Estados Unidos, deu início na tarde de hoje (15/04), a segunda parte dos debates da 5ª reunião preparatória do Fórum Mundial de Ciências, que acontece até amanhã(16/04) na sede Regional do MCTI, na Cidade Universitária. Ali explicou um pouco de sua linha de pesquisa em Métodos Bayesianos para Análise de Dados.


Dr. Ali Mosleh durante palestra no 5º Encontro

Mosleh explicou que todos já tiveram que lidar com situações onde se assume riscos, mas por serem pequenos riscos, não são feitas as devidas análises. “A avaliação de riscos se traduz em três perguntas básicas: O que pode dar errado? Quais as consequencias desses erros? E com que frequência eles acontecem? Em alguns casos as respostas dessas perguntas ocorrem de forma intuitiva e fácil. Todos nós fazemos avaliação de riscos diariamente”, explicou.

Em alguns casos é necessário muita análise para descobrir o que pode dar errado e quais suas consequências. Esse tipo de valiação é muito aplicado em indústrias, sistemas computacionais, segurança nuclear e quimica, sistemas de saúde, e em diversos setores em que tomadas de decisão dependem das avaliações de riscos e suas consequências”, reforçou.

O Dr. Ali Mosleh é reconhecido mundialmente por pesquisas em metodologia para utilização de Opinião do Especialista Quantitativa, Modelagem do Crescimento da Confiabilidade, Física de confiabilidade probabilística, Análise de Falhas, modelagem do impacto de fatores organizacionais na confiabilidade do sistema, simulação de acidente dinâmico e avaliação probabilística do risco.

Ele atua como presidente da Divisão de Engenharia, da Sociedade Internacional para a Análise de Risco, e é um membro do Conselho da Associação Internacional de Avaliação de Segurança Probabilística e Gestão.

Economia do clima


Carolina Burle Dubeux, pesquisadora do COPPE/UFRJ

Outro tema abordado na tarde deste primeiro dia do encontro foi a “Economia da Mudança do Clima no Brasil: custos e oportunidades”. A palestra foi proferida pela pesquisadora do Centro de Estudos Integrados sobre Meio Ambiente e Mudanças Climáticas – Centro Clima/COPPE/UFRJ e consultora para o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), Carolina Burle Dubeux .

O trabalho é fruto de uma série de pesquisas em grupo que resultou em um estudo sistêmico sobre o impacto da mudança do clima na economia no Brasil e vice-versa. Com base em projeções do Painel Intergovernamental de Mudança do Clima (IPCC), chegou-se á conclusão de que o país sofreria perdas econômicas nos últimos 40 anos.

Na ocasião, foram expostas projeções climáticas por região no ano de 2100, que influenciaria nas variações econômicas. No entanto, a pesquisadora lembra que o estudo tem um nível de incerteza alta, devido às variações do clima e da economia.

“O país pode perder cerca de R$ 7 bilhões por ano na sua produção agrícola, o que acarretaria na redução do plantio de arroz, algodão e café, por exemplo. Em relação à energia elétrica, haveria a necessidade de investir previamente na oferta a fim de evitar um apagão”, afirma Carolina.

Em relação aos impactos econômicos na região costeira, ficariam em risco os patrimônios ambientais, rurais, históricos, urbanos e sociais e também haveria um custo das interrupções nos serviços de água, luz, esgoto, saúde, entre outros, já que sofreriam interferências. Nesta questão, o furacão Katrina e suas conseqüências para a população são tidos como exemplo.

Neste caso, as principais cidades com patrimônio ameaçado pelas mudanças climáticas, seriam Rio de Janeiro, Salvador, Porto Alegre e Vitória. Por fim, a palestrante destaca a importância de um trabalho preventivo e de investimentos na ordem de R$ 93 milhões para o Brasil lidar com a situação.

Fontes: SectecPE / Assessoria do 5º Encontro