Moçambicanas fazem manifesto contra a guerra

As organizações moçambicanas de mulheres pediram esta semana em uma carta que governo e oposição, liderada pela direitista Renamo, sentem e dialoguem para evitar uma possível reedição da guerra civil que devastou o país por 16 anos.

Numa carta aberta dirigida ao Chefe do Estado, as organizações feministas lembram que "Não precisamos fazer lembrar as manchetes que pululam os jornais do mundo, mostrando as humilhantes violações a que as mulheres são sujeitas em países sob conflitos armados".

"Vivemos recentemente, no Fórum Social Mundial na Tunísia o grito das mulheres denunciando as várias formas de violência sofridas, mesmo no contexto da dita 'primavera árabe' que deveria trazer a liberdade", prossegue o texto.

No chamado, as mulheres moçambicanas pedem as divergências políticas existentes entre a Frelimo, que governa o país e a Renamo sejam resolvidas por diálogo e por cedências de ambas as partes em nome da paz que tanto custou a conquistar.

"Nós, mulheres moçambicanas de todas as idades, de todos os credos, de todas as raças, classes e cores, exigimos a todos os poderes políticos, instituídos e não instituídos, que pensem no povo, nas mulheres, que pensem nas crianças e que pensem nas pessoas e comunidades indefesas", referiram.

A carta das organizações das mulheres moçambicanas surge na sequência de um ataque terrorista perpetrado por homens armados da Renamo, no dia 4 de abril, contra o Posto policial de Muxúnguè, uma ação que resultou na morte de quatro agentes policiais pertencentes à unidade da Força de Intervenção Rápida (FIR), um ex-guerrilheiro da Renamo, e mais de 10 feridos.

Depois da ofensiva de Muxúnguè, outros ataques emergiram, dois dias mais tarde, tendo sido alvejadas três viaturas ao longo da Estrada Nacional Número Um (EN1), que resultou na morte de três pessoas.

Entretanto, as últimas notícias referem que reina um clima de paz naquela região e que a vida regressou a normalidade.

Com agências