Amigos de universitário morto realizam manifestação dia 20
Família, amigos, professores, estudantes de Comunicação, movimentos sociais e organizações estudantis se reúnem no sábado (20/4), às 16h, na Praça do Campo Grande, em Salvador, para protestar contra equívocos cometidos após a morte do universitário Itamar Ferreira, no último dia 13. Intitulado “VIVER It AMAR”, o movimento é independente e parte da indignação dos amigos do estudante.
Publicado 19/04/2013 13:59 | Editado 04/03/2020 16:16
Nesta semana, Itamar, além de ter sido vítima da violência urbana, foi vítima de homofobia e da mídia sensacionalista. De um lado, a polícia, que não considera este um caso de homofobia, mesmo tendo em vista as condições em que o jovem foi encontrado. De outro, a imprensa, que toma os depoimentos dos acusados como verdade e estampa em jornais informações que desrespeitam a integridade da vítima e legitimam o preconceito.
Em 2012, um homossexual foi morto a cada 26 horas no Brasil. De acordo com um relatório do Grupo Gay da Bahia (GGB), foram 338 homicídios de gays, travestis e lésbicas no país, um crescimento de 27% em relação ao ano anterior. O Nordeste concentra 45% das mortes e, durante cinco anos, entre 2007 e 2011, a Bahia liderou as estatísticas nacionais, com 122 casos, uma média de 24,4 mortes por ano.
Para o professor da Faculdade de Comunicação da UFBA, Wilson Gomes, aqueles que negam que tais assassinatos tenham relação com a homofobia “não são apenas estúpidos, são também perigosos. E o são porque insistem em empurrar de volta à invisibilidade um mal da nossa sociedade que, ao contrário, precisamos expor à luz para que o possamos combater”.
De Salvador,
Ana Emília Ribeiro