Rússia se opõe à entrega de ajuda militar a mercenários sírios

A Chancelaria da Rússia criticou neste sábado qualquer decisão da comunidade internacional de pretender supostamente solucionar os problemas humanitários na Síria através de zonas especiais e corredores alternativos à ajuda oficial ao governo.

O porta-voz do Ministério de Assuntos Exteriores, Alexander Lukashevich, manifestou preocupação pela degradação da situação humanitária e a persistência do confronto armado na nação árabe.

Criticou, contudo, decisões a favor de uma abertura de rotas alternativas de ajuda pelas costas de Damasco, e sem a anuência das autoridades desse país.

Lukashevich reagiu assim à aprovação na última sexta-feira (19) pelo Conselho de Segurança da ONU de uma decisão de prestar ajuda às regiões sírias afetadas, através dos territórios de países vizinhos.

Por outro lado, o diplomata russo considerou crucial e apropriado um aumento do volume de ajuda internacional e das doações.

Ilustrou a esse respeito que a crise humanitária afeta cinco milhões de pessoas, enquanto que o número de refugiados chega nesse momento a um 1,3 milhão.

Indicou que a ajuda não cobre as crescentes necessidades da população civil, enquanto observou que são gastas quantias colossais para equipar os grupos opositores radicais com grandes quantidades de armamentos.

Esses enormes recursos que são destinados (pelo Ocidente) para continuar os confrontos armados, poderiam ser direcionados à ajuda humanitária para os civis sírios, enfatizou o porta-voz da chancelaria russa.

A Rússia presta assistência pelos canais multilaterais, as organizações internacionais, e figura entre os 20 principais doadores, pontuou Lukashevich durante o habitual encontro semanal com a imprensa.

Segundo a fonte, Moscou destinará em 2013 mais de três milhões de dólares para a ajuda à Síria. No ano passado sua contribuição superou os sete milhões de dólares, acrescentou.

O diplomata russo aproveitou a análise da crise síria, para advertir sobre o perigoso fenômeno da presença de mercenários estrangeiros entre os opositores radicais, e citou informações procedentes da Bélgica, Austrália e Jordânia, a esse respeito.

Comentamos em reiteradas ocasiões sobre as informações de que combatentes da oposição síria são treinados em países vizinhos, apontou.

Alertou que essa é uma prática perigosa, que poderia adotar dimensão global, já que no futuro poderia afetar outros países, e por outro lado, agrava ainda mais a situação de conflito que vive a nação árabe.

Lukashevich insistiu em que a tarefa principal da comunidade internacional é conduzir a Síria ao processo de diálogo político, sob o espírito e na letra da Declaração de Genebra, de 30 de junho de 2012.

É uma tarefa complexa, mas da maior urgência, afirmou ao reiterar a posição da Rússia por uma saída negociada, política, sem a ingerência estrangeira e controles externos.

Prensa Latina