Venezuelanos dizem não à violência da direita e saem às ruas

A Venezuela clama por unidade. Os últimos discursos do presidente Nicolás Maduro evidenciam a necessidade de que é preciso construir um país “democrático, com base no respeito, na convivência, e na solidariedade”. Nesta quinta-feira (25), movimentos sociais de diferentes organizações realizam uma mobilização para apoiar Maduro e rechaçar a violência da oposição que deixou nove mortos e 78 feridos entre 15 e 16 de abril.

Por Vanessa Silva, de Caracas

Tania Díaz - AVN

O ministro do Interior e Justiça, Miguel Rodríguez Torres, informou, nesta quinta-feira (25), que um homem de nacionalidade estadunidense, que estaria relacionado com os atos violentos gerados pelos grupos de direita em todo o país, foi capturado. De acordo com Torres, é possível que este homem tenha ligações com alguma organização de inteligência porque “detectamos que tem preparação nesta área”.

Perdedores tentam desestabilizar

Em entrevista ao Portal Vermelho, a deputada pelo PSUV, Tania Díaz, ponderou que o momento vivido pelo país é fruto de uma tentativa da direita que “há 14 anos tenta aplicar ‘golpes suaves’” já que os tradicionais seriam abertamente rechaçados pela população. Na sua avaliação, os venezuelanos “não querem reviver o que aconteceu em 2002”, quando a burguesia tentou “quebrar” a Petróleos da Venezuela S.A. (PDVSA).

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A presidenta da subcomissão de Meios de Comunicação da Assembleia Nacional pondera que os meios de comunicação têm participação neste projeto: o “documentário Concierto para Delinquir revela toda a estratégia midiática de 2002, quando o país viveu 63 dias de cerco midiático”, lembra. Foi neste momento que “se semeou o sentimento de divisão e de ódio na população venezuelana, baseado em preconceitos sociais, medo. É isso que agora está sendo revivido pelo povo por esta estratégia da direita. (…) Eles instam esta sensação de angústia, de medo na população. Este é o discurso de Capriles, que é dirigido para criar esta sensação de que há o caos no país”.

Querem desestabilizar

Capriles aceitou a posição do CNE de realizar a auditoria de 100% das urnas, e não a recontagem de votos como queria a oposição liderada por ele. “O procedimento do CNE não está dirigido a dizer: ‘olha o resultado favorece a um e não a outro’. É uma revisão que a autoridade do CNE vai fazer para completar a auditoria cidadão que já foi feita”. Para a deputada, “o que Capriles está buscando é desconhecer as instituições. Ele representa o poder transnacional que quer pegar nosso petróleo e o poder por uma via que não é a eleitoral”.

Mobilização como resposta aos golpes

Em 2001, quando o ex-presidente Hugo Chávez foi sequestrado e em 2002, quando houve o locaute petroleiro, a resposta veio das ruas, com a população mobilizada. É assim que a Venezuela responde também desta vez. Para a marcha desta quinta (25), são esperadas mais de 15 mil pessoas.

Na avaliação de Tania Díaz, “a estratégia de mobilização é moralizadora e antigolpe. O povo sabe que em uma tentativa de golpe eles têm que tomar o espaço. Então dizemos que essa mobilização é moralizadora e vem da ideia de que um governo chavista é um governo de ruas. Aqui o ministro não pode estar sentado em seu escritório, tem que ir para a rua. A mobilização é uma característica do povo bolivariano”.

Desafio de um país dividido

Questionada sobre qual será o maior desafio de Maduro para governar tendo à frente um país dividido, a deputada é taxativa: “Nosso principal objetivo agora é a eficiência. Porque a fórmula econômica-humanista vem funcionando. A parte política temos que ajustar, mas temos que chegar a este momento em que a eficiência se cumpra. Ela está muito ligada ao poder popular. Não falo de uma eficiência neoliberal, mas que venha do poder popular. É um objetivo que passa pela mudança cultural.

Documentário Concierto para delinquir (em espanhol):