Capriles diz que não reconhecerá auditoria do CNE

O ex-candidato à presidência da Venezuela e líder da oposição no país, Henrique Capriles, anunciou que não aceitará a auditoria realizada pelo Conselho Nacional Eleitoral. A declaração dada na manhã desta sexta-feira (26) é mais um capítulo da tentativa de desestabilização do país que vem desde o anúncio dos resultados das eleições realizadas no domingo (14) quando o presidente Nicolás Maduro ganhou com uma margem de 1,83%. O deputado Pedro Carreño pediu que o candidato apresente provas.

Capriles - Leo Ramirez/ AFP

O candidato que na quarta-feira (18) havia anunciado que aceitaria a auditagem de 46% das urnas, agora contesta a realização da auditoria sem os cadernos de votação: “é como ir ao mercado, pagar, e não levar nada. Não aceitamos esta farsa”.

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Por meio de seu twitter, o governador de Miranda deu nova mostra de desrespeito ao CNE ao chamar seus reitores de “tontos”: “alguns reitores do CNE acham que os venezuelanos somos tontos! Para eles agora Máquina mata voto, não há caderno de votação”. Capriles também chama os reitores de mentirosos. “Alguns reitores do CNE mentiram para os venezuelanos e a comunidade internacional!”, disse na rede social.

Para ele, são nestes cadernos de votação que estão as provas que ele diz existirem de que a votação foi uma farsa.

Direita é irresponsável

Os reitores do CNE se reuniram informalmente nesta quinta-feira (25) para conversar sobre os rumos da auditoria e deverão se encontrar novamente nesta sexta (26) com o mesmo propósito. Apesar de não terem se pronunciado, a posição do Conselho deve ser a mesma sustentada até agora: permitir a auditoria de 46% das mesas (a auditoria dos demais 54% é feita no próprio dia da eleição) nos mesmos termos já anunciados: a constatação da quantidade de eleitores de acordo com a ata de escrutínio, os comprovantes e o número de eleitores que aparecem no respectivo caderno de votação.

Em entrevista ao canal Venezolana de Televisión (VTV), o deputado Pedro Carreño, presidente da comissão mista que investiga as atos violentos registrados após as eleições, criticou a postura de Capriles: “eles podem duvidar [do resultado], mas devem apresentar provas e não as tem (…) isso é parte de um plano para desestabilizar o país. A isso somam-se os ataques especulativos”, garantiu.

E acrescentou que os atos violentos serão investigados. “Exortaremos o Ministério Público que imponha sanções correspondentes (…) Estamos diante de uma direita reacionária, corrupta e infame”, denunciou.

Da Redação do Vermelho,
Vanessa Silva