Desigualdade entre brancos e negros dominou debate na Alesp

Com o objetivo de ajudar no debate político que acontecerá na Conferência Nacional da Promoção da Igualdade Racial, entre 5 e 7/11, em Brasília, foi realizada na Assembleia Legislativa de São Paulo nesta quinta-feira (25), uma audiência que discutiu o tema Democracia e Desenvolvimento por um Brasil Afirmativo.

Debate preparatório Conferência Nacional da Igualdade Racial - Vera Massaro

Presidida pela deputada Leci Brandão (PCdoB) e apoiada nos dados apresentados pelo técnico do IBGE Jefferson Mariano, a audiência colocou em discussão temas que apontam desigualdades entre etnias, principalmente entre brancos e negros, já que os indígenas só foram pesquisados como etnia independente a partir de 1980 (antes eram considerados pardos).

Dados sobre educação, longevidade, emprego e renda mostram um desequilíbrio muito grande entre brancos e negros como, por exemplo, a população negra ser majoritária até os 40 anos de idade e, a partir daí, ficar menor que a branca graças à longevidade menor, causada por problemas de saúde; ou haver 29% de negros sem emprego, contra 16,3% de brancos, ainda que o Brasil seja a nação com menos problemas de emprego desde 2008.

Os dados mostram também que o Pará é o Estado que tem maior participação da população negra em sua população, com a Bahia ocupando o segundo lugar. Santa Catarina, por sua vez, é o Estado que tem a menor participação negra em sua população. Entre as unidades da federação, 14 delas têm maioria negra.


Netinho de Paula e Leci Brandão

O secretário da questão racial da prefeitura de São Paulo, Netinho de Paula, comentou os aspectos da desigualdade expostos por Jefferson Mariano e questionou se houve avanços para o povo negro desde 1951, quando da aprovação da Lei Afonso Arinos, que proíbe a discriminação racial no Brasil. Netinho mesmo respondeu a sua indagação, afirmando que houve, sim, avanços, mas que falta incluir a igualdade racial no Orçamento, aumentando as oportunidades para os negros. "Temos de lutar contra ações que criminalizam nossa cultura, nossa religião e exterminam nossa gente".

Fonte: Portal Alesp