Terrorismo é fruto da intervenção externa, diz chanceler do Irã

Propiciar terreno para o crescimento do terrorismo, as drogas, o narcotráfico e o crime organizado são as consequências da intervenção militar estrangeira na região da Ásia Central, diz chanceler iraniano.

Para o ministro de Assuntos Exteriores do país persa, Ali Akbar Salehi, durante a conferência ministerial Coração da Ásia, realizada na cidade de Almaty, no Casaquistão, que tem por tema central o Afeganistão e sua segurança, depois da retirada das tropas da Organização do Tratado o Atlântico Norte (Otan) do país centroasiático em 2014.

A ineficiência do sistema judicial criado nos territórios submetidos pela ingerência militar estrangeira, assim como a incapacidade de algumas autoridades locais para estabelecer a ordem e a lei, aumentam o terrorismo, as drogas, o narcotráfico e os crimes organizados, reiterou o chanceler persa.

Além de insistir em que a saída das forças estrangeiras da região é a única via para pôr fim aos problemas regionais, o ministro afirmou que o baixo nível educacional, a falta de recursos financeiros, as estruturas econômicas débeis e a falta de investimentos estrangeiros figuram entre os elementos que intensificam a crise e a insegurança.

O chefe da diplomacia iraniana indicou que as evidências mostram que os campos de cultivo de papoula no Afeganistão triplicarão no próximo ano, o que afeta não só os países vizinhos, mas toda a região e o mundo.

Segundo Salehi, o Irã como país vizinho do Afeganistão crê que uma reação responsável do governo afegão, junto com outros governos da área, é necessária para garantir o futuro da região diante de tais ameaças.

O titular iraniano também qualificou de grandes oportunidades para a cooperação regional, a extensão geográfica da região e suas capacidades, a saber, contar com a metade da população mundial, um mercado forte com muita mão de obra, a maior fonte de energia do mundo e numerosos recursos naturais e industriais, assim como uma história comum e fortes laços culturais entre os países.

Além da questão afegã, o chanceler iraniano, junto a seus colegas asiáticos, tratarão os desafios da região, tais como o terrorismo, o tráfico de drogas, o crime organizado e a cooperação econômica mútua.

As conferências dos países do Coração da Ásia se iniciaram em 2011, com o objetivo de fortalecer o ambiente de confiança e cooperação regional, e inclui 45 países e organizações regionais e internacionais.

Hispan TV