"A chave para a paz está na terra", diz dirigente indígena 

O governadora do município indígena de Funes, região sul da Colômbia, Carmem Betsabé, afirmou que a chave para a paz está no campo “hoje nas mãos dos grandes latifundiários e abandonado pelo governo colombiano, enquanto para os camponeses a terra é negada".

Colaboradora no Fórum sobre Participação Politica organizado pelas Nações Unidas (ONU) na Colômbia e a Universidade Nacional – solicitado na mesa de diálogo entre governo e a guerrilha – a dirigente indígena manifestou para a Prensa Latina sua satisfação pelo encontro onde se levam em conta as preocupações deste setor ancestral da sociedade. 

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“Nosso objetivo é integrar plenamente o processo de paz e fazer um chamado para o governo e para a comunidade internacional dizer que a verdadeira paz está no campo, do qual somos marginalizados”, disse.

“Veneramos nossa mãe-terra, porque ela nos dá o sustento da vida onde se produz tudo o que precisamos. Se não preservarmos o meio-ambiente, a próxima guerra mundial será pela água, cuja escassez já estamos padecendo”, afirmou.

Betsabé informou que os camponeses estão tentando ocupar espaços nos níveis oficiais do governo, ao verem privados de seu direito fundamental: a terra.  "Essa é uma das razões pela qual nos vemos obrigados a uma desocupação forçada, a mendigar pelas ruas das grandes cidades", declarou.

Em seu julgamento a política é um serviço para a comunidade e não para um mero exercício eleitoral dirigido para a busca do poder pelo poder para beneficiar uma minoria.

"Confiamos que deste fórum saiam propostas concretas para levá-las às nossas comunidades e lutar por elas", concluiu. O Fórum ocorre em Bogotá até a próxima terça-feira (30) e levará as propostas para a Mesa de Diálogos.

Veja o especial do Vermelho sobre os Diálogos de Paz