Colômbia: Fórum aborda democratização dos meios de comunicação 

O papel dos meios de comunicação no processo de paz colombiano foi tema de debate nesta segunda-feira (29) em um painel liderado por diretores da imprensa naquele país, no fórum sobre participação política que ocorre em Bogotá.

Fórum - Participação Política Farc Colômbia

No marco dos diálogos de paz entre as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército do Povo (Farc-EP) e o governo, o encontro reúne mais de 1.200 representantes de 18 setores do país, incluindo partidos políticos e movimentos sociais, que debaterão sobre os direitos e garantias da população, na busca pelo fim do conflito armado no país.  

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O divulgação que os meios de comunicação fazem sobre os diálogos de paz foi exposta em uma análise de 13 representantes da imprensa nacional, regional e alternativa, excluindo jornais como El Tiempo e El Espectador e dos canais privados de televisão, que não estiveram presentes.

Em sua intervenção, o diretor do semanário Voz, Carlos Lozano, afirmou que é vital a democratização dos meios, caracterizados na atualidade “em uma exagerada concentração, que exclui o pluralismo e o arco-íris da realidade nacional”

“Meios de comunicação tolerantes, autônomos do poder dominante e sem depender da fonte oficial; comunicadores audazes, sem pretensões de ser inquisidores, juízes ou magistrados, são vitais para o fortalecimento da democracia e para a paz”, agregou e denunciou que seus jornalistas já foram vítimas de assassinatos e perseguições.

“Resistimos com dignidade e heroísmo a todo o tipo de intimidações e ameaças. Somos excluídos da pauta oficial que temos direito e da que gozam os grande meios que lucram da multitudinária publicidade privada que nega com uma atitude prepotente aos meios alternativos”, ressaltou.

Lozano expressou a necessidade de que a paz esteja na estreita relação com as mudanças democráticas no país, incluindo aos meios que “devem estar à serviço da sociedade”. Durante a conferência estiveram presentes o representante do Canal Capital, Hollman Morris e o editor-chefe do jornal El Heraldo , de Barranquilla, Oscar Montes. 

Este último destacou que, desde o princípio, este quarto processo de paz não foi bem divulgado, incluindo somente o lado oficial. Por sua vez, o editor geral da Agência de Notícias Colprensa, Afonso Ospina, pediu para dar mais presença às diversas regiões do país.  

O tratamento que os grandes meios colombianos dá ao processo tem sido criticado em diversas ocasiões pela delegação de paz da guerrilha. “Não há objetividade, ajudam a criminalização do protesto social, geram situações de distorção da realidade, de cumplicidade com o terrorismo de Estado”, opinou, em ocasião recente, o membro das Farc, Jesús Santrich. 

Fonte: Prensa Latina