Farc reconhecem apoio da ONU aos diálogos de paz

As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia-Exército do Povo (Farc-EP) destacaram nesta terça-feira (30) o respaldo do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas (ONU) aos diálogos de paz.

Jesús Santrich - Farc - EFE

O guerrilheiro, Jesús Santrich, expressou que tal posição fortalece o sentimento nacional que clama por uma saída ao conflito politico, social e armado no país.  "As Farc compartilham a ideia das Nações Unidas no sentido de que quando o conflito terminar, fazer uma expansão da jurisdição militar implica uma contradição".

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“Consideramos sumamente importante atender a preocupação do Conselho a respeito da reforma que  os tribunais militares impõem, ao indicar que situa as forças de segurança sob a jurisdição castrense, aumentando com isso o risco de impunidade”, pontuou Santrich do Palácio de Convenções de Havana, sede permanente dos diálogos de paz. 

“Vai nosso reconhecimento para os 76 países que tomaram a palavra recomendando ao governo colombiano que tome medidas para reduzir os níveis de impunidade e para estender a justiça social, reconhecendo os direitos dos camponeses”, sentenciou.

Santrich comentou que os desafios de uma nova situação de reconciliação  estão ligados a uma solução dos profundos problemas derivados da acumulação capitalista, a desapropriação sofrida pelas maiorias e a pertinaz criminalidade de um Estado que historicamente conduzido pelas elites excludentes.

Aplaudir o processo de paz deve significar destacar na superação das profundas desigualdades sociais, a miséria crescente que a Colômbia padece e a continua violação dos direitos humanos, que implica uma profunda reestruturação do regime de terror imperante, enfatizou.

"Para o povo é necessário  instaurar a verdadeira democracia transformando aspectos fundamentais como o da posse e uso da terra um dos principais motivos do conflito" ele disse ainda que a participação cidadã  é uma condição fundamental para que um processo em busca da reconciliação, tenha êxito e perdure.

As Farc e o governo de Juan Manuel Santos iniciaram, em novembro de 2012, os Diálogos de Paz em Havana, com temas como a reforma agrária, a participação política dos guerrilheiros, a luta contra o narcotráfico e a compensação das vítimas.

Com Prensa Latina 

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