Prisioneiro palestino em greve de fome protesta contra detenção
O advogado da Associação Addameer de Apoio aos Prisioneiros Políticos e de Direitos Humanos encontrou, durante sua visita à prisão Jalama, na quarta-feira (1º/5) o prisioneiro Ayman Abu Daoud, de 32 anos, da cidade de Hebron (Cisjordânia), que está em greve de fome há 19 dias.
Publicado 03/05/2013 16:15

De acordo com o advogado, o prisioneiro permanece detido em campanha aberta de greve de fome desde 14 de abril, em protesto contra o seu "reencarceramento", após ser liberado na última troca de prisioneiros, em 2011.
À época, ele havia cumprido sete de uma sentença de 36 anos de reclusão. As forças de ocupação israelense o detiveram para cumprir o restante de sua condenação (29 anos), com base nos termos do Artigo 186 da Ordem Militar (1651), alterada em setembro do ano de 2011, sob o pretexto de que o prisioneiro teria violado os termos de sua libertação, estabelecidos no acordo da troca de presos.
A violação, conforme a procuradoria das autoridades israelenses, teria relação com a condição de que Daoud não poderia deixar a área de Hebron por um período de três anos, mas de acordo com a esposa do prisioneiro e o próprio detido, este cumprimento foi respeitado.
O advogado da Addameer informou que Ayman já perdeu 10 quilos desde o anúncio de sua greve, e hoje pesa 74 kg. Daoud está detido em uma solitária, parte de uma seção que tem cerca de 10 celas, com um espaço que não ultrapassa dois metros quadrados, onde uma cama de concreto tem um colchão com espessura de 5 centímetros, com cobertores sujos, sem janelas, ventilação ou sol.
Os carcereiros deliberadamente mantêm a luz das celas acesas, como ato de tortura, provocando ainda mais cansaço físico e psicológico aos prisioneiros.
Segundo a Addameer, Abu Daoud é o único prisioneiro palestino que está em greve de fome aberta, enquanto anunciou hoje que cerca de 30 prisioneiros jordanianos em prisões israelenses iniciaram também campanha de greve de fome para exigir liberdade.
A Associação Addameer de Direitos Humanos e Apoio ao Prisioneiros Políticos manifesta a sua profunda preocupação com a vida do detento Ayman Abu Daoud e as vidas dos prisioneiros jordanianos em greve de fome, e atribui às autoridades de ocupação a total responsabilidade pelas vidas dos detidos.
Também renova o seu apelo ao secretário-geral das Nações Unidas e a todas as instituições internacionais pela necessidade de trabalhar seriamente para a liberação dos prisioneiros em greve de fome, e salvar as vidas dos prisioneiros doentes exigindo libertação imediata.
Fonte: Comitê pela Libertação dos Prisioneiros Políticos Palestinos