ONU: Ban Ki-Moon silencia reprimenda contra ataques israelenses

Durante uma coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira (6), o porta-voz oficial da Organização das Nações Unidas (ONU) Martin Nesirky absteve-se de explicar o motivo pelo qual o secretário-geral da organização, Ban Ki-Moon, não condenou a agressão israelense contra a Síria, no final da semana passada e outra vez no domingo (5).

Porta-voz da ONU - Hajat Avdovic / Webpublicapress

Na coletiva, um jornalista perguntou a Nesirky “por que Ban-Ki Moon condena rapidamente o lançamento de foguetes contra os territórios ocupados [por Israel], mas não condena o recente ataque do regime de Tel Aviv contra o território sírio?”

O porta-voz não ofereceu uma resposta clara à pergunta, mas disse que “o secretário-geral da ONU está muito preocupado pela escalada das tensões”.

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Em alusão ao informe da Comissão Independente de Investigação sobre a Síria, em que ficou conhecido o uso de armas químicas por parte dos grupos armados (e não pelo regime sírio, como alegado anteriormente pelos EUA, por europeus e por Israel), Nesirky declarou que ele será confirmado apenas quando um grupo de representantes da ONU realizar uma visita à Síria para investigar o tema.

Neste domingo (5), Ban manifestou apenas a sua “grave preocupação” pela recente agressão do regime israelense ao centro de investigação científica de Jamraya, localizado perto de Damasco, capital da Síria.

As declarações do máximo responsável da organização foram realizadas quando as autoridades sírias reivindicaram, em diversas ocasiões, uma atuação mais forte do Conselho de Segurança para frear as agressões deste tipo contra o povo da Síria, como um país independente e membro da ONU.

Líderes regionais, como representantes do governo libanês, saudita e argelino, além de potências como a Rússia e a China, também pediram ao Conselho de Segurança que tome medidas concretas para conter as agressões e impedir a escalada das tensões regionais.

Não é a primeira vez que Ban mantém silêncio sobre os ataques do regime israelense contra a soberania de outros países, praticamente fazendo eco às incorretas declarações sobre o “direito de autodefesa” de Israel, que atua agressivamente na região.

O secretário-geral da ONU tampouco condenou o ataque aéreo do regime israelense perpetrado em 2012 contra uma fábrica de armas ao sul de Cartum, capital do Sudão, que deixou dois mortos.

Na semana passada, também, ataques aéreos israelenses contra a Faixa de Gaza passaram desapercebidos, assim como as constantes denúncias de partidos libaneses contra a violação frequente da soberania do Líbano (principalmente aérea) pelas forças israelenses.

Com HispanTV
da Redação do Vermelho