Físico britânico adere ao boicote contra Israel e recusa convite

O jornal britânico The Guardian publicou nesta quarta-feira (8) uma enquete em que questiona a decisão do físico internacionalmente renomado Stephen Hawking de desistir da participação em uma conferência, atendendo ao pedido de diversas organizações palestinas por um boicote acadêmico contra Israel. A conferência será conduzida pelo presidente israelense Shimon Peres em Jerusalém, em junho.

Físico birtânico Stephen Hawking - EPA / The Guardian

O físico escreveu uma carta ao presidente israelense na semana passada, dizendo que havia mudado de ideia sobre a sua participação. Ele não anunciou a decisão publicamente, mas uma declaração publicada pelo Comitê Britânico pelas Universidades da Palestina, com a aprovação de Hawking, descreveu-a como “uma decisão independente de respeitar o boicote, baseado no seu conhecimento sobre a Palestina, e no conselho unânime dado por seus contatos acadêmicos lá”.

Apesar de o jornal britânico tender a justificar as ações agressivas das autoridades israelenses contra o que chamam de “grupos terroristas” como "respostas" e "autodefesa" em algumas ocasiões, a notícia sobre o boicote de Hawking foi classificada de “vitória” para o movimento internacional Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS), que inclui pontos criticados inclusive por movimentos pró-palestinos (por exemplo, o próprio boicote acadêmico), mas que vem ganhando grande adesão internacional.

A decisão do físico foi respondida com comentários abusivos no Facebook, com muitos focando em sua condição física e alguns acusando-o de antissemitismo, como é costume quando críticos do governo de Israel expressam a sua opinião contra o regime opressor imposto aos palestinos.

Ao participar do boicote, Hawking se junta a um grupo reduzido mas ainda em expansão de personalidades britânicas que recusaram convites para visitar Israel, incluindo Elvis Costello, Roger Waters (vocalista da banda Pink Floyd), Brian Eno, a cantora Annie Lennox e Mike Leigh.

O físico já havia visitado Israel e tinha um discurso conciliador, mas desde os ataques das forças armadas israelenses contra a Faixa de Gaza em 2008, na Operação Chumbo Derretido, sua atitude endureceu-se. Hawking disse, na ocasião, que o ataque era “extremamente desproporcional” e que a “situação é comparável à da África do Sul antes de 1990 [em regime de apartheid] e não pode continuar”.

Com The Guardian