Prisioneiros palestinos em greve de fome estão na solitária 

O Ministério para Assuntos dos Prisioneiros e Ex-prisioneiros da Palestina informou, neste sábado (11), que as autoridades carcerárias israelenses mantêm três prisioneiros palestinos que estão em greve de fome em confinamento solitário, para forçá-los a acabar com o seu protesto. Também há relatos preocupantes sobre alimentação forçada, através de um processo doloroso e torturante, segundo organizações de defesa dos direitos humanos. 

Ayman Abu Daoud, de Hebron, havia sido liberado em outubro de 2011 (num acordo feito para a troca de mais de 1.000 prisioneiros palestinos pela liberação do soldado israelense Gilat Shalit, que havia sido capturado na Faixa de Gaza), e foi detido novamente para que acabasse de cumprir os 28 anos da sua sentença.

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O caso de Abu Daoud exemplifica a situação de centenas de outros prisioneiros que também foram detidos ou que sofrem perseguição, após terem sido liberados pelo acordo. Abu Daoud está em greve de fome desde 14 de abril, e exige a sua libertação.

A situação foi idêntica com Samer Issawi, outro palestino que estava detido e cujo caso ficou conhecido internacionalmente. Ele ficou em greve de fome de agosto de 2012 a abril deste ano, quando as autoridades israelenses comprometeram-se a liberá-lo, em dezembro.

Abu Daoud está preso em confinamento solitário na prisão militar de Jalama, perto de Jenin (Cisjordânia), e está sendo pressionado para terminar a sua greve de fome, de acordo com o ministério.

Ayman Hamdan, de Belém, e Muhammad Abu Rmeileh, do campo de refugiados de Jenin, começaram a greve de fome no final de abril para protestar contra a sua “detenção administrativa”, situação prevista por um mecanismo legal israelense, que permite a detenção de “suspeitos” e ações contra o Estado de Israel, por períodos de seis meses, renováveis indefinidamente, sem acusação judicial ou julgamento.

Ambos estão detidos em confinamento solitário na prisão militar de Ofer, perto de Ramallah, centro administrativo palestino.

Com Wafa,
da redação do Vermelho