Ato da Unegro-Ba lembra o 13 de maio em Salvador

A União de Negros pela Igualdade – Seção Bahia (Unegro-Ba) prepara um ato, em Salvador, para lembrar o 13 de maio, data que marca a assinatura da lei que instituiu o fim da escravidão no Brasil, e que passou a ser, também, o Dia Nacional Contra o Racismo. O movimento acontece na estátua do líder quilombola Zumbi dos Palmares, instalada na Praça da Sé, a partir das 14h.

A escolha do local representa, também, uma homenagem a Zumbi, ícone da resistência do povo negro à escravidão, segundo o coordenador da Unegro-Ba, Jerônimo Silva. O 20 de novembro, data da morte do líder, em 1965, também faz parte do calendário de lutas.

“O ato de hoje não será uma comemoração porque o movimento negro não comemora o 13 de maio. Para nós, a libertação do povo negro proposta pela Lei Áurea não aconteceu até hoje. O 20 de novembro é a data que melhor simboliza a nossa luta”, explicou Jerônimo.

Além do ato na estátua de Zumbi, a Unegro divulgou, também neste 13 de maio, um manifesto sobre a situação dos negros na contemporaneidade, com o objetivo de incentivar a denúncia dos casos de racismo e exclusão social. No texto, são apresentados dados que comprovam as desigualdades, em relação aos brancos.

“Pelo IPEA, 65% da populaçãopobre é negra, contra 36% de brancos; 69% dos indigentes são negros, contra 31% de brancos. Portanto a população negra representa 70% dos10% da população mais pobre do país, enquanto que os brancos somam 85%
dos 10% da população mais rica”, diz o documento.

A assinatura da Lei Áurea completa, em 2013, 125 anos. O documento foi assinado pela princesa Isabel em 1888.

De Salvador,
Erikson Walla