Guatemala: Organizações criticam anulação da sentença de ditador

A Comissão Internacional de Juristas (CIJ) condenou a decisão emitida na segunda-feira (20) pela Corte de Constitucionalidade da Guatemala que anula a decisão segundo a qual o ditador guatemalteco, Ríos Montt, teria que cumprir 80 anos de prisão por genocídio e crimes de guerra. La CIJ considerou que esta medida constitui um retrocesso na busca da justiça na Guatemala.

Ríos Montt

"A decisão é contrária ao direito e contradiz também a obrigação do Estado da Guatemala de julgar e castigar os responsáveis dos crimes graves", criticou o diretor do Escritório da Comissão Internacional de Juristas, Ramón Cadena, ao se referir ao veredito legal.

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"Como autoridades ancestrais da regiçai ixil consideramos que com a decisão outorgada pela Corte Constitucional o sistema de justiça foi debilitado e o país, desacreditado diante da comunidade internacional", disse o representante das autoridades indígenas de Nebaj, José Miguel de León.

O representante da organização Segurança na Democracia, Marco Antonio Canteo, afirmou que a decisão da Corte Constitucional é ambígua porque poderia significar o reinício do debate. “A partir de 19 de abril terá que ser retomado o debate. Outra vez receber as provas”, destacou o analista.

A organização humanitaria Filhos da Guatemala expresou em um comunicado que com esta medida “a Corte Constitucional ditou um retrocesso para o império da impunidade”. Lembraram que nos últimos dias a aliança oligárquico-militar recorreu à guerra psicológica, à ameaça e à manipulação.

Com TeleSUR