Farc participam de Fórum pela Paz na Colômbia

Por meio de uma videoconferência, três integrantes da delegação de paz das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército do Povo (Farc-EP), participaram neste sábado (25) do Fórum pela Paz na Colômbia, em Porto Alegre.

Érika Ceconi, de Porto Alegre

                                                                                                                          Foto: André Vieira

Os organizadores do evento também convidaram a delegação do governo de Juan Manuel Santos, em março, mas não obtiveram resposta.

De Havana, os guerrilheiros Andrés París, Marco León Calarcá e Victoria Sandino saudaram o encontro, contaram sobre as mesas de diálogos e a situação do país e também responderam as perguntas dos participantes.

A guerrilha reforçou que está trabalhando de maneira rápida para colocar em prática os atos que permitam construir um acordo de paz duradouro. "Viemos para Cuba para buscar os caminhos da paz e a reconstrução deste país”, frisou Victoria em sua saudação inicial.

Ingerência dos EUA

Ao ser questionado sobre a influência dos Estados Unidos na Colômbia, Marcos Léon ressaltou que as políticas dos governos dos EUA internacionalizaram o conflito armado e social.

Durante o painel, também foram lembrados guerrilheiros que morreram enquanto ocorrem os diálogos para a paz, a este respeito Victoria lembrou que as Farc fizeram um cessar-fogo unilateral, por dois meses, contrária à atitude do governo colombiano que não aceitou um cessar-fogo bilateral.

Participação popular

Por sua vez, Andrés París afirmou que a participação popular é fundamental para o processo de paz que ocorre no país e lembrou-se da marcha realizada em 9 de abril [dia do assassinato do então candidato a presidente pelo Partido Liberal, Eliécer Gaitán] que mobilizou milhares de colombianos que deixaram as ruas de diversas cidades, principalmente Bogotá com a cor branca, simbolizando o clamor da sociedade por paz.

Para garantir que os acordos das mesas dos diálogos sejam respeitados a guerrilha apontou que a solidariedade internacional é fundamental para pressionar os governos e exigir o cumprimento dos tratados.

No fim da videoconferência, Andrés Paris deixou uma mensagem para as mulheres que “são símbolo da independência, são um ato de consciência muito importante” no conflito que sofre a população.

As atividades do fórum terminam neste domingo (26) com a apresentação, na Assembleia dos Movimentos Populares, de uma declaração final, seguida de uma coletiva de imprensa. 

Ricardo Telléz, das Farc e o líder do Exército de Libertação Nacional (ELN), Nicolás Rodríguez Bautista enviaram mensagens para os participantes no encontro: