Trabalhadores da Saúde em greve recebem apoio de Leci Brandão
Os servidores da rede estadual da Saúde de São Paulo decidiram, nesta quarta-feira (5), manter a greve da categoria. Há 35 dias paralisados, os trabalhadores se reuniram em assembleia geral, em frente à Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), no final da manhã de hoje. A deputada comunista Leci Brandão, que participou do ato político, enfatizou importância da categoria e cobrou do governo Alckmin uma atitude: “Quem cuida das pessoas não pode ser maltratado dessa forma”.
Publicado 05/06/2013 13:51
Leci Brandão (PCdoB) durante assembleia dos trabalhadores da saúde/foto: divulgação gabinete da deputada Leci Brandão
Leci Brandão publicou nesta quarta, no Diário Oficial do Estado de São Paulo, uma moção de apoio à greve, onde faz um apelo para que o governo do estado interceda na questão, junto à pasta da Saúde e de seu respectivo secretário, Giovanni Guido Cerri, para que sejam empreendidos todos os esforços para a retomada das negociações e atendimento da pauta de reivindicação dos servidores.
“É inadmissível que não haja um acesso maior desses servidores aos seus direitos, como a redução da jornada de trabalho para 30 horas semanais, uma reivindicação histórica da categoria, cujo PL[projeto de lei] ainda precisa ser aprovado”, enfatizou a deputada estadual pelo PCdoB.
Para Leci, a manifestação dos servidores nas ruas é fundamental para que todos tenham conhecimento sobre a real situação da categoria. “É papel dos deputados representar o povo e essa causa é uma causa do povo de São Paulo”, completou a parlamentar.
Categoria mobilizada
Pelo menos 2 mil pessoas estiveram na assembleia, que reuniu inclusive funcionários vindos do interior do estado. Da capital paulista, cerca de 400 eram trabalhadores do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (Iamspe), o Hospital do Servidor Público Estadual, que chegaram ao local depois de marcharem desde o hospital.
“A greve se mantém, a categoria está cada vez mais mobilizada e algumas unidades até estão intensificando as ações, como no Hospital Heliópolis. No Ianspe, continuamos firme e forte para pressionar o governo tucano a nos receber”, declarou o delegado sindical Ivan Lima de Santana, técnico de farmácia do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE), presente na assembleia, lembrando que todas as exigências legais de manutenção dos serviços de urgência e emergência estão sendo respeitadas.
Após a assembleia, os trabalhadores receberam a notícia de que o secretário estadual de Gestão Pública, Davi Zaia, vai receber uma comissão de servidores em seu gabinete, por volta das 14 horas de hoje.
Uma nova assembleia da categoria está prevista para sexta-feira (14), ainda sem horário e local definidos.
Ocupação do plenário
Cerca de 80 servidores ocupam, desde a terça-feira (4), o plenário da Alesp. A ocupação ocorreu após os sindicalistas terem sido ouvidos durante uma reunião na Comissão de Saúde da Casa. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores Públicos do Estado de São Paulo (SindSaúde), 32 equipamentos públicos aderiram à greve (o que equivale à cerca de 60% de adesão). Médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem, técnicos de enfermagem, biologistas, farmacêuticos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, psicólogos, técnicos em geral são algumas das funções que aderiram ao movimento grevista.
A categoria reivindica reajuste de 32,2% nos salários, correspondente à perdas dos últimos cinco anos, e aumento no auxílio-alimentação (para R$ 26,22, atualmente é de R$ 8).
A Secretaria de Saúde de São Paulo informou, em nota, que o movimento grevista atinge parcialmente apenas quatro das 203 unidades de saúde de todo o estado. A secretaria determinou o corte no ponto dos trabalhadores.
em 2011, o governo do estado promoveu uma reestruturação na carreira que é bastante questionada pelos trabalhadores. Em 2012, houve um reajuste de 100% sobre o valor do vale-refeição. Lembrando que o valor do tíquete era de R$ 4, por isso o apelido de vale-coxinha.
Deborah Moreira
Da redação do Vermelho