OIT insta Israel a eliminar "restrições" que debilitam Palestina

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) expôs nesta quinta-feira (6), durante a Conferência Internacional do Trabalho, em Genebra, um estudo que realizou recentemente, com um alerta para o risco de a economia da Palestina continuar debilitada e não crescer, se Israel mantiver as restrições à região. “Enquanto a chance para um crescimento foi suspenso, a crise fiscal na Palestina está se tornando econômica e social”, afirma o texto.

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De acordo com o relatório, a crise deve-se a uma variedade de fatores, incluindo a contínua falha de os chamados “doadores” cumprirem com seus compromissos, a decisão de Israel e suspender o pagamento de rendimentos, assim como o ritmo do crescimento de colônias judias na Cisjordânia.

“A situação pede medidas de Israel, não só para relaxar a aplicação de restrições sobre as pessoas e os comércios, mas para eliminá-las completamente, assim permitindo a economia palestina crescer e gerar trabalhos descentes”, disse o diretor-geral da OIT, Guy Ryder.

“A ocupação contínua e a expansão das atividades de assentamentos estão bloqueando a economia palestina, particularmente no setor privado, de progresso significativo”, adiciona. A situação atual continuará insustentável até que se permita alcançar a justiça social, de acordo com a matéria da OIT.

“Como mínimo, nada deveria ser feito para tornar a situação pior. Negar recursos legítimos à Autoridade Palestina, aumentando o ritmo já sem precedentes do crescimento dos assentamentos inevitavelmente destruirá qualquer crença na promessa de dois Estados para dois povos”, disse Ryder.

O documento é baseado em informações coletadas por uma equipe da OIT que foi para os territórios palestinos, como explicou o representante da agência, Kari Tapiola.

A economia palestina está estagnada, com maior desemprego, pobreza e dependência por comida. O índice de desemprego cresceu 15,3% entre 2011 e 2012, e está em 23%, embora a situação seja ainda pior em Gaza, onde a taxa é de 31%, e quase 50% entre as mulheres. Além disso, 18,4% dos jovens palestinos estão fora do mercado de trabalho e do sistema de ensino.

O relatório ressalta que a situação é insustentável e que um “status quo” não existe, concluindo que “qualquer esforço para manter um suposto ‘status quo’, em efeito, promove, ou ao menos permite uma ainda maior deterioração perigosa da situação”.

Com informações da Organização Internacional do Trabalho,

Moara Crivelente, da redação do Vermelho