Paraguai denuncia criminalização da esquerda

O senador paraguaio Hugo Ritcher denunciou, nesta segunda-feira (10), o clima midiático usado para atacar os setores progressistas daquele país. 

camponeses paraguaios

Em declarações à Prensa Latina, Ritcher referiu-se aos ataques contra o ex-presidente Fernando Lugo, também eleito senador em abril, tratando de vinculá-lo com os supostos autores da morte do pecuarista Luis Lindstron.

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Lindstron recebeu 15 disparos de armas de fogo feitos por pessoas desconhecidas. Membros da extrema direita, apoiados pela imprensa, culpam um grupo armado que dizem operar no norte do país, este grupo não reivindicou o crime.

“Temos cerca de 90 camponeses assassinados até agora mas sem a mesma atenção midiática dedicada à morte de Lindstron”, disse o também dirigente da Frente Guaçú (coalizão de partidos e movimentos sociais de esquerda).

Ele declarou que, normalmente, "o governo, a polícia, fiscais e juízes acusam os setores da esquerda e a luta camponesa por qualquer episódio violento, obviando sempre a miséria, a fome e a desigualdade responsáveis pelos protestos e pedidos de terras".

"Chama a atenção que enquanto um dos irmãos do falecido Lindstron afirmou que a polícia está envolvida com a máfia, a investigação oficial e a imprensa não levou em conta este detalhe para incorporá-lo às investigações, expressou.

Ritcher enfatizou ,em suas declarações, que há um negócio cada vez mais perigoso na zona com o narcotráfico e "é verdadeira a existência de uma máfia na venda de madeira, onde participam fiscais, juízes e policiais", alegou. 

"Temos que continuar alertando a população sobre estes fatos, como ocorreu em Curuguaty, que podem chegar a ser preparados ou manipulados de acordo com os interesses políticos", manifestou.

O senador explicou que os objetivos finais são criminalizar a luta camponesa, enfraquecer as organizações de esquerda. 

Fonte: Prensa Latina