Chile: Repressão policial deixa dezenas de feridos em protesto

Assim como em São Paulo, a noite desta quinta-feira (13) foi marcada pela violência contra manifestantes no Chile. As autoridades chilenas reprimiram de forma truculenta o protesto de professores e estudantes na capital Santiago por ensino superior gratuito. No total, 324 pessoas foram detidas e 74 ficaram feridas – 50 jovens e 24 policiais.

O movimento estudantil marchou nas principais avenidas da capital contra as políticas educacionais da administração de Sebastían Piñera. Os manifestantes acusam o governo chileno de tentar privatizar toda a educação do país. Segundo informações da imprensa local, o protesto acontecia de forma pacífica até os policiais atacarem os manifestantes.

Leia também:
Polícia chilena reprime protesto estudantil

No momento mais tenso do protesto, a polícia chilena invadiu a Universidade do Chile em Santiago e expulsou os estudantes do local. A ação foi feita por atiradores profissionais, causando pavor entre os manifestantes.

O reitor Víctor Pérez denunciou que a entrada da políca no campus "rompeu uma tradição de mais de cem anos de respeito a Universidade do Chile". Além disso, classificou como "inaceitável" a "brutal invasão feita pelos atiradores, agredindo os nossos estudantes", critica.

O presidente da Confech e líder estudantil, André Fielbaum, repudiu a ação policial e afirmou à imprensa chilena que "eles batiam em qualquer coisa que se mexia". Os manifestantes, agora na companhia dos pais – que anunciaram que vão protestar contra violência contra os filhos -, prometem se reunir na Universidade do Chile na noite de hoje para seguir com as manifestações.

No país, o ensino superior é privado – não existem instituições públicas -, provocando insatisfação popular por falta de política públicas da administração Sebastián Piñera no sentido de dar oportunidades aos jovens de ter educação de qualidade e gratuita.

O protesto foi liderado pela Confech (Confederação dos Estudantes Universitários do Chile), Aces (Assembleia Coordenadora de Estudantes Secundaristas), Cones (Coordenação Nacional de Estudantes Secundaristas) e Corparde (Coordenação de Pais e Responsáveis pelo Direito da Educação).

Nos últimos meses, são frequentes os protestos em favor do ensino superior gratuito no Chile


Fonte: Opera Mundi