UE pede explicação aos EUA sobre espionagem; FBI defende programa

A Comissão Europeia pede nesta sexta (14) aos Estados Unidos “explicações e esclarecimentos” sobre a espionagem a cidadãos europeus na internet, através do programa Prism, que se tornou público recentemente pela denúncia feita pelo ex-técnico da Agência Central de Inteligência (CIA) estadunidense, Edward Snowden. Em defesa do programa, o diretor da Oficina Federal de Investigações (FBI) Robert Mueller disse, nesta quinta-feira (13), que ele é conduzido sob a supervisão do Congresso dos EUA.

Viviane Reding - União Europeia

A comissária europeia de Justiça, Viviane Reding, pedirá explicações ao promotor-geral dos Estados Unidos, Eric Holder, com quem se reunirá em Dublin, na República da Irlanda. Para Viviane, a vigilância eletrônica do programa Prism realizada pelos EUA pode violar os direitos fundamentais dos cidadãos europeus.

Através de uma carta, a comissária afirmou a sua preocupação, na segunda-feira (10) pelas práticas de espionagem admitidas pelas agências de inteligência e segurança nacional estadunidenses.

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“Peço que dê explicações e esclarecimentos sobre o programa Prism e outros programas dos EUA relacionados com a compilação de dados e investigação, assim como as leis que permitem este tipo de programas”, escreveu Viviane na carta dirigida ao promotor-geral estadunidense.

A tensão surge depois de o diário britânico The Guardian e o estadunidense The Washington Post terem publicado, na semana passada, informações fundamentadas sobre as agências federais norte-americanas e seus atos de espionagem nas comunicações, reveladas por Snowden, que atualmente está em Hong Kong e poderá pedir asilo.

O programa Prism, revelado pelo ex-técnico da CIA, permite à Agência Nacional de Segurança dos EUA ter acesso a conversas privadas no Facebook, a dados privados através do Google, Skype e outros serviços online.

As revelações de Snowden desencadearam uma onda de críticas, entre elas as feitas por defensores dos direitos civis, e a exigência de explicações por parte de diversos países que se sentem ameaçados, enquanto os EUA vinham acusando a China de realizar espionagem cibernética.

Enquanto isso, o diretor da Oficina Federal de Investigações (FBI, na sigla em inglês), Robert Mueller, defendeu o programa de espionagem dos EUA durante a sua participação na Comissão Judicial da Câmara, nesta quinta (13).

Durante a sua participação, Mueller afirmou que o Tribunal de Vigilância de Inteligência Estrangeira havia aprovado o programa, que foi levado a cabo em cumprimento da lei estadunidense e sob a supervisão do Congresso norte-americano.

Com informações da HispanTV