A Mesa Vermelha, hoje na Câmara
A deputada Luciana Santos, presidenta da Frente Parlamentar em Defesa da Cultura, e a deputada Jandira Feghali, presidenta da Comissão de Cultura, convidam V. Excelência para o lançamento do filme “A Mesa Vermelha”, da cineasta Tuca Siqueira, que acontece hoje, no auditório da TV Câmara, às 16h30.
Publicado 18/06/2013 09:50 | Editado 04/03/2020 16:39
O evento é uma realização da Comissão de Cultura, da Câmara dos Deputados. O documentário é um resgate da memória de 23 ex-presos políticos que militaram no Estado de Pernambuco durante a ditadura militar e compartilharam a experiência do cárcere na Casa de Detenção e na Penitenciária Barreto Campelo, em Itamaracá, e foi realizado através do Movimento Tortura Nunca Mais em Pernambuco e do Projeto Marcas da Memória, da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça.
Evento atende requerimento da deputada Luciana Santos (PCdoB/PE), presidenta da Frente Parlamentar em Defesa da Cultura.
A Comissão de Cultura promove, na próxima terça-feira (18), às 16h30, o lançamento do filme “A Mesa Vermelha”, dirigido pela cineasta Tuca Siqueira.
O evento atende a requerimento da deputada Luciana Santos (PCdoB/PE), presidenta da frente Parlamentar em Defesa da Cultura. “Esperamos, com esta iniciativa, colaborar para que todos conheçam um passado que temos em comum e que os olhares históricos até hoje reprimidos adquiram espaço junto ao público” justificou a deputada.
“Acredito que o respeito ao livre pensamento e o direito à verdade histórica devem ser valores imprescindíveis para um Estado plural e respeitador dos direitos humanos”, afirma.
O documentário é narrado a partir de depoimentos, lembranças e denúncias de 23 ex-presos políticos da ditadura militar em Pernambuco. Os protagonistas estiveram detidos, de 1969 a 1979, entre a antiga Casa de Detenção, a atual Casa da Cultura, e a Penitenciária Professor Barreto Campelo.
O filme retrata como era a convivência, as diferenças, os rachas, as greves de fome e o sentimento de solidariedade existente entre eles. “O filme começa abordando o contexto político, o que levou aquelas pessoas a atuarem em organizações, a luta, a queda e a chegada deles à prisão”, explica Tuca Siqueira.
Os ex-presos políticos eram encaminhados para duas unidades prisionais depois do período de torturas e interrogatórios para responder a processos e cumprir as penas. Estima-se que, de 1969 a 1979, passaram pela antiga Casa de Detenção cerca de cem presos políticos e 40 na Penitenciária Barreto Campelo.
A mesa vermelha, que dá nome ao documentário, foi um elemento utilizado pela cineasta para introduzir algumas cenas e representar o cenário prisional em diversas situações. “A mesa representava a presença deles em torno dela. Ela tem o simbolismo de congregar, tomar decisões, debater e fazer reuniões”, argumenta.
O filme foi realizado com apoio do projeto Marcas das Memória, da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça e do Movimento Tortura Nunca Mais. As idealizadoras Lilia Gondim e Yara Falcón, que também são ex-presas políticas, contam que a iniciativa surgiu após a experiência do curta sobre o reencontro das ex-presas políticas 40 anos depois, também dirigido por Tuca Siqueira. “É um reencontro com a história. Uma lacuna que está sendo preenchida. É a história viva. Passamos muito tempo sem falar nada. Tínhamos receio”, relata Yara Falcón.
O projeto previa 24 depoimentos, mas um dos personagens, Chico Monteiro, conhecido como Chico Passeata, faleceu antes do projeto ser aprovado. “Ele era poeta e fizemos uma homenagem inserindo um dos trechos de seus poemas na gravação”, informou Lilia.
Saiba mais
Documentário: A Mesa Vermelha
Tempo de duração: 1h17 minutos
Data de exibição: 18 de junho
Local: Auditório da TV Câmara
Horário: 16h
Direção e roteiro do documentário: Tuca Siqueira
Idealizadoras do projeto: Lilia Gondim e Yara Falcón