Gravidez saudável e parto seguro são direitos da mulher

Nesta segunda-feira, a secretária de Estado da Mulher do Distrito Federal, Olgamir Amancia Ferreira, participou de uma audiência pública, realizada no auditório do Hospital Materno Infantil de Brasília (HMIB), para debater questões referentes às políticas públicas para promoção da maternidade saudável no Distrito Federal.

O debate foi proposto pela deputada distrital Arlete Sampaio. Na ocasião, as (os) cerca de 50 participantes debateram as questões a fim de unir os poderes Legislativo e Executivo, juntamente com a sociedade civil, para contribuir no aperfeiçoamento das políticas públicas destinadas à promoção do nascimento seguro e à proteção de saúde da mulher em todo seu ciclo de vida.

Dar a gestante o direito de escolher pelo parto humanizado significa direcionar toda atenção às necessidades da mulher e dar-lhe o controle da situação na hora do nascimento, mostrando as opções de escolha baseados na ciência e nos direitos que tem.

Olgamir Amancia lembra que toda mulher tem o direito de escolher como quer o parto e de ser atendida por uma equipe preparada e atenciosa. “A questão da saúde na maternidade se insere no espectro de políticas públicas para que a gente possa assegurar completamente o direito das mulheres; para que elas sejam reconhecidas como cidadãs e, nesse contexto, sejam vistas na integralidade como ser social, que têm história e desejos, que precisam ser respeitados”, salientou.

Conquistas –

Pesquisas afirmam que, na grande maioria dos casos, o parto normal é a maneira mais segura e saudável de ter filhos e deve ser estimulado por meio de uma assistência humanizada, segura e de boa qualidade para a gestante e acompanhante. Para a mulher, existe um risco maior de infecção e problemas com a anestesia. O bebê pode ter problemas respiratórios ou nascer antes do tempo certo. Por isso, ela só deve ser realizada quando for para o bem da sua saúde ou do bebê.

Ao longo da história, as mulheres conquistaram inúmeras políticas públicas que promovem a sua saúde e a do bebê. Entre elas, está o direito das mulheres aos serviços de assistência ao pré-natal, o incentivo ao parto natural e à redução do número de cesáreas desnecessárias, além de outras ações dirigidas à redução da mortalidade materna e ao enfrentamento da violência contra a mulher.

A secretária da Mulher observou ainda que a humanização do parto vai além e não significa mais uma nova técnica, mas, sim, o respeito à fisiologia do parto e à mulher. Para ela, numa sociedade marcada pelo machismo e patriarcado, o olhar sobre as questões que envolvem a mulher é contaminado em todos os ambientes, inclusive nos hospitais. “Humanizar o parto é dar liberdade às escolhas da mulher, prestar um atendimento focado em suas necessidades e não em crenças e mitos. O médico deve mostrar todas as opções que a mulher tem de escolha, baseadas na história do pré-natal e desenvolvimento fetal e acompanhar essas escolhas, intervindo o menos possível”.

No Distrito Federal, o Hospital Materno Infantil de Brasília é referência na área materna, principalmente em grávidas de alto risco; a média de partos por mês da casa de saúde é de 600. Intitulado Hospital Amigo da Criança desde 1994, o HMIB adota práticas que beneficiam a saúde da mãe e do bebê durante todo o processo de desenvolvimento da criança.

A inclusão do acompanhante na hora do parto, o respeito à privacidade, a liberdade de movimentar-se e escolher a posição do parto são algumas das garantias. Mesmo sendo um hospital especializado e preparado para enfrentar situações adversas, há momentos em que é exigido muito mais do que a técnica médica.

Medidas –

A deputada Arlete Sampaio enviará para todas (os) participantes da audiência uma cópia do que foi discutido. Olgamir Amancia explica que a proposta é reunir todo o material e verificar os desdobramentos, como a possível inclusão de novos programas e políticas públicas a fim de garantir uma gravidez saudável e um parto seguro para a mulher e a criança.

Foram convidadas para o debate a secretária de Estado da Mulher do DF, Olgamir Amância Ferreira; a coordenadora geral da Regional Sul, Roselle Bugarin Steenhouwer; a coordenadora da Rede Cegonha no Distrito Federal, Fátima Regina Amaral Pinheiro; a coordenadora de Saúde da Mulher do Ministério da Saúde, Maria Ester Vilela e a presidenta da Rede Nacional pela Humanização do Parto e do nascimento (REHUNA), Daphner Rattner.