Republicanos paralisam reforma de lei de migração nos EUA
A aprovação de uma lei de segurança de fronteira, conhecida como SAFE, representa um sério obstáculo aos esforços dos que tentam aprovar uma reforma migratória integral no Congresso estadunidense.
Publicado 19/06/2013 18:57
Apresentada na noite da terça-feira (18), o Comitê Judicial da Câmera de Representantes aprovou por 25 contra 15 uma iniciativa que considera crime federal, e não uma falta civil, permanecer nos Estados Unidos sem autorização.
A norma, que será apreciada em breve pelo plenário da Câmera, dá também às autoridades estatais e municipais o poder de aplicar as leis de imigração federais, algo que até agora foi atributo do governo em Washington.
A análise da reforma no Congresso reitera os profundos desacordos entre democratas e republicanos na hora de legislarem medidas que a imensa maioria dos estadunidenses qualificam como distorcidas e que não respondem às necessidades do país.
Os republicanos, que são maioria na Câmara dos Representantes, dizem que a iniciativa é necessária para assegurar a aplicação da lei, um mantra tradicional que pretende retirar poder da Casa Branca.
Enquanto isso, os democratas manifestaram alarme diante do passo dado e assinalam que o movimento dos republicanos é "perigoso e decepcionante", quando são apreciados alguns avanços no Senado na direção de um projeto bipartidário.
O fato de que a proposta SAFE, apresentada pelo republicano Trey Gowdy, criminalize a imigração ilegal e permita que os agentes da polícia estatal comprovem a situação de uma pessoa afetará as possibilidades de receber o apoio dos democratas na Câmara dos Representantes, segundo avaliam as fontes legislativas.
Algumas assinalam que os representantes tratam de endurecer suas posições para evitar se verem comprometidos com um movimento bipartidário que promove no Senado um projeto de reforma integral das leis de migração.
O presidente do Comitê Judicial da Câmera, o republicano Robert Goodlatte, ao referir-se à primeira iniciativa votada nessa instância indicou que uma reforma migratória real precisa ter mecanismos que garantam que a Casa Branca não pode simplesmente ignorar a aplicação das leis nessa matéria.
De acordo com essa decisão, o presidente da Câmera, o republicano John Boehner, disse em uma coletiva de imprensa que por enquanto o projeto no Senado é débil em matéria de segurança na fronteira.
Enquanto isso, o democrata por Michigan, John Conyers, opinou que criminalizar os imigrantes leva à discriminação racial generalizada.
Fonte: Prensa Latina