Mesas regionais recebem propostas cidadãs na Colômbia

Na Colômbia, a cidade de Cúcuta, será sede nesta quinta-feira (20) do segundo ciclo das mesas regionais de paz, um espaço para escutar as vítimas do conflito armado colombiano.

Durante dois dias, as comissões do Senado e da Câmara se reunirão com cerca de 300 cidadãos de três departamentos (estados colombianos) da região nordeste do país para construir propostas a serem usadas pelo governo e pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia-Exército do Povo (Farc-EP) na mesa de paz, instalada em Cuba desde novembro de 2012.


Leia também:

Mesas regionais debatem propostas de paz na Colômbia

Como normalmente acontece, os participantes trabalharão em 10 mesas temáticas, centradas na verdade e nos direitos das vítimas, quinto ponto de uma agenda com a qual esperam acabar com mais de cinco décadas de conflito.

Este ciclo das mesas regionais, inaugurado em fevereiro deste ano, já percorreu cinco regiões colombianas, e até o momento foram reunidas propostas de mais de 700 organizações e setores sociais.

De acordo com o presidente do Senado, Roy Barreras, "as vozes das vítimas ao longo desta rodada foram sendo debatidas em iniciativas que construirão um processo de paz inclusivo e que garanta seus direitos". 

Muitos dos afetados em todos estes anos pediram ao governo e à guerrilha não levantar da mesa até conseguir um acordo final. Também se pronunciam a favor do acesso à terra, créditos para produção, educação, saúde e segurança, assim como indenização, a favor da verdade e da justiça.

As mesas começaram em dezembro de 2012, um mês depois do começo do processo de paz para dar voz à sociedade civil. Na primeira rodada, dedicada ao desenvolvimento agrário integral, foram recebidas cerca de três mil propostas de mil 333 organizações.

As partes continuam debatendo de portas fechadas sobre a participação política em Havana, sede permanente dos diálogos.

Na última quarta, as Farc-EP apresentaram 10 propostas mínimas sobre este tema, uma delas referente às garantias plenas para o exercício da oposição, exigindo o reconhecimento de todos os partidos, organizações e movimentos sociais opositores e seu direito a participar da política.