Jornalismo Responsável no Equador contra a manipulação midiática

A recém-concluída e primeira Conferência de Jornalismo Responsável (Cupre), que teve sessão de dois dias em Guayaquil, no Equador, foi qualificada por muitos dos seus participantes como uma importante resposta à luta contra os empórios midiáticos. Intitulado “O Jornalismo e sua Responsabilidade Social”, o evento encerrado nesta quinta-feira (20) teve muitas propostas relevantes para conceber uma estratégia cidadã capaz de enfrentar a manipulação e o linchamento midiático.

Assange - Señales

As conferências e intervenções, em especial de jornalistas, jovens estudantes e professores de comunicação, a conferência magistral do presidente equatoriano Rafael Correa e a surpresa da intervenção de Julian Assange, desde Londres, superaram as expectativas.

Leia também:
Equador protagoniza saída do capitalismo, diz acadêmico mexicano

Ponto comum do foro, que veio do evento acadêmico, a discussão a fundo do conteúdo político da guerra midiática dos empórios midiáticos nacionais ou estrangeiros e seus aliados internacionais, foi a defesa do direito cidadão a uma informação veraz e completa.

Esboçado por Correa em seu discurso, reforçado pelo ministro venezuelano da Informação, Ernesto Villegas, e discutido abertamente pelo filósofo e escritor mexicano Fernando Buen Abad, o tema aponta a um tratamento regional ao mais alto nível.

O Equador promoverá a entrega de um Prêmio Latino-americano ao Melhor Jornalismo Responsável para reconhecer quem exerce esta profissão, anunciou o secretário de comunicação, Fernando Alvarado, no encerramento de um evento que concentrou a atenção nacional.

“Um bom jornalismo é vital para consolidar a democracia, mas uma má imprensa em função dos poderes fáticos é mortal para ela”, afirmou Correa, depois de destacar que o homem não só pensa como vive mas também com a informação de que dispõe.

Patricia Villegas, presidenta executiva da emissora Telesur, propôs que os meios de comunicação privados com fins lucrativos digam abertamente e com claridade ao público sua posição ideológica, sua lógica e seus interesses.

Com a Lei de Comunicação recém aprovada no Equador como pano de fundo de todos os debates, o exercício do debate aberto de temas até agora limitados a pequenos círculos, habilita um potente mecanismo de defensa cidadã ante os abusos mercantilistas.

No fundo do problema, disse Correa, reiterado por outros conferencistas, está a defesa do ser humano sobre o capital, e em especial dos poderes fáticos (ou seja, discursivos) representados por donos dos meios de comunicação, que se negam a perder a sua hegemonia social.

Fonte: Prensa Latina
Tradução da redação do Vermelho