Emprego e renda média crescem na América Latina, aponta OIT
O emprego na América Latina e Caribe melhorou no ano passado em um ponto percentual frente a dados anteriores à crise econômica e financeira de 2008, como aponta o estudo realizado pela Organização Mundial do Trabalho (OIT).
Por Roberto F. Campos*, na Prensa Latina
Publicado 24/06/2013 15:12

A OIT alertou, no entanto, que existem alguns desafios pendentes na região, onde foi observado um aumento na renda média. O indicador aponta para uma alta no final de 2012.
Países como Colômbia e Chile conseguiram aumentar o nível de emprego em quatro pontos desde 2007, avaliou a OIT em seu relatório sobre o Trabalho no Mundo 2013.
O grupo com renda média cresceu na última década, quando comparado com os rendimentos dos que vivem um pouco acima da linha da pobreza.
A renda média de 1999 a 2010 foram consideráveis, sobretudo no Brasil com uma alta de 15,6 pontos percentuais e para o Equador com 14,6 pontos.
Mudanças sociais
Estudiosos destacam os esforços dessas nações por mudanças sociais, que permitiram tais avanços em um indicador favorável ao desenvolvimento econômico dos países e à diminuição do índice de risco de descontentamento social.
Apesar desses dados alentadores, os diretores da organização recordaram alguns desafios como o emprego informal. Em 2011, 50% da informalidade, no caso não agrícola, tornou-se um problema em países como Peru, Bolívia e Honduras. Nestes países, o emprego informal representa para cerca de 70%.
A OIT também aborda que nos países de América Latina e Caribe, os ganhos derivados da produtividade trabalhista precisam de uma melhor distribuição de maneira equitativa quanto a benefícios e salários.
Os executivos da entidade consideram que melhorar a renda dos trabalhadores contribui para estimular as fontes de demanda e de crescimento interno, o que estimula a América Latina a reorientar suas trocas comerciais em escala regional e a desenvolver mercados.
Os especialistas consideram que a desigualdade tende a ser reduzida, diante das débeis perspectivas da Eurozona, mas ainda é necessário enfrentar dados comparativamente elevados e difíceis de reduzir.
De acordo com economistas, o desemprego na Espanha atinge 22% e é a maior cifra na União Europeia.
Por isso, uma parte da juventude desse país quer emigrar para a América Latina, sobretudo para países como Argentina; só em 2010 chegaram a essa nação sul-americana 24 mil espanhóis. Por exemplo, Meritxell Díaz é uma jornalista de Barcelona que trabalha momentos em Buenos Aires.
O gerente da companhia de pesquisa Manpower, Eric López, afirmou recentemente que Brasil, Peru e Panamá encabeçam a lista com relação ao panorama positivo de emprego na área.
Disse que essas nações lideram o crescimento da oferta de trabalho, a partir de uma sondagem sobre a Expectativa de Emprego da multinacional de origem estadunidense, a qual difundiu seus dados em Cidade Panamá. A pesquisa foi feita em 42 países.
O relatório enfatiza que a região mostra sérios esforços para conseguir um crescimento inclusivo, algo difícil de atingir em algumas nações onde a situação é baseada em recursos naturais.
Em contraposição com os estimulantes dados latino-americanos, o desemprego cresce em muitos países industrializados, cinco anos após o estouro da crise financeira, o que aponta uma situação sumamente perigosa, fez notar a OIT.
No mundo aumentará para 2015 a cifra de desempregados em outros oito milhões, até 208 milhões de pessoas.
Caminho de desafios
A OIT inscreve um grupo de desafios dignos a ter em conta, sobretudo face a uma vocação política dos governos para considerar um futuro equilibrado.
Ocupam um lugar preponderante na preocupação dos pesquisadores o emprego informal, com uma alta incidência detectada desde 2011, quando cerca de 50% dos postos trabalhistas não agrícolas eram informais.
Outro dos pontos que deve se levar em conta é a desigualdade de renda, que apesar de tender à baixa, ainda é elevada para os níveis internacionais.
Na maioria dos países da região, o coeficiente de desigualdades é superior a 45 pontos e aumenta até mais de 55 em algumas nações como Colômbia e Honduras.
Tais indicadores influem diretamente nos salários, para uma região na que se observam progressos ao realizar uma comparação com os rendimentos reais, ainda que com diferenças notáveis entre as nações.
Em 2012, por exemplo, os salários reais médios aumentaram mais de 4% no Brasil e no Paraguai, enquanto a alta foi de cerca de 1% na Colômbia e no México.
*Jornalista da redação de Economia da Prensa Latina