Governo da Síria confirma participação soberana em conferência

O ministro de Relações Exteriores e Emigrados da Síria, Walid al-Moalem, confirmou nesta segunda-feira (24) o compromisso do governo sírio para assistir à conferência internacional de diálogo de Genebra, ainda que tenha advertido que não será negociada a soberania nacional, ou seja, a demissão do presidente sírio Bashar Al-Assad, como exige a Coalizão Nacional das Forças da Revolução e da Oposição Síria (CNFROS), que diz representar a oposição.

“Iremos a Genebra com toda a seriedade, pois [a reunião] constitui uma verdadeira oportunidade que deve ser aproveitada”, disse Al-Moalem durante uma coletiva de imprensa na capital síria, Damasco, e agregou também que imposições estrangeiras não serão aceitas.

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“O diálogo é entre os próprios sírios, entre a oposição externa e interna, junto a nós com governo, para entre todos construirmos uma nova Síria”, sublinhou.

O chanceler explicou que frear o terrorismo, além de ser uma exigência popular, é um parâmetro para calibrar a seriedade dos participantes na reunião, anunciada para o próximo mês, na Suíça.

“Alguns dos mencionados atores externos colocaram travas antes da conferência e decidiram armar a oposição, temos as nossas dúvidas sobre os resultados, mas vamos propiciar a oportunidade de negociações”, ressaltou.

Na semana passada, os Estados Unidos, o Catar, a Arábia Saudita e a Turquia, que vêm apoiando os grupos armados de maneira aberta, deram luz verde à entrega abundante de equipamentos bélicos sofisticados aos rebeldes, muitos dos quais mercenários, que pretendem derrubar o governo constitucional.

“Só o povo sírio pode decidir quem pode governar a Síria, de forma democrática”, sublinhou Al-Moalem. O chefe da diplomacia voltou a desmentir que Damasco tenha utilizado armas químicas, como acusa Washington, Londres, Paris e Ancara, entre outras administrações, propiciando uma escalada do conflito e assim justificar uma possível invasão militar sob o pretexto “humanitário”.

“A única explicação para que o presidente Barack Obama tenha se aventurado a fazer tais declarações está nas pesquisas de opinião que demonstraram que os estadunidenses rechaçam o abastecimento de armas à chamada ‘oposição’”, disse o ministro.

Al-Moalem também afirmou que cada vez que o Exército Árabe-Sírio logra novas vitórias, os conjurados contra a Síria declaram que é imperativo dotar de equipamentos bélicos os grupos irregulares.

O ministro advertiu sobre o perigo das recentes decisões da cimeira dos autodenominados “Amigos da Síria”, em Doha (Catar), algumas de caráter secreto, “porque apontam ao alargamento da crise e instam à violência, a morte e ao terrorismo, mediante o envio de mais armas”.

Al-Molem também lembrou os múltiplos informes que indicam que a organização terrorista Frente al-Nusra, afiliada a Al Qaeda, controla povoados e zonas onde aliaram-se a facções do chamado Exército Livre Sírio, e confirmam que as armas enviadas à oposição vão parar nas mãos dos terroristas.

Fonte: Prensa Latina
Tradução da redação do Vermelho