Síria irá a Genebra mas não negociará soberania

O ministro de Relações Exteriores e de Emigrantes da Síria, Walid al-Moalem, confirmou nesta terça-feira (25) o compromisso do governo em participar da conferência internacional de diálogo em Genebra, mas advertiu que não negociará a soberania nacional.

"Iremos a Genebra com toda seriedade, pois constitui uma verdadeira oportunidade que deve ser aproveitada", afirmou Al-Moalem durante uma coletiva de imprensa em Damasco e agregou que não serão aceitas imposições estrangeiras.

"O diálogo é entre os próprios sírios, entre a oposição externa e interna, junto a nós como governo para entre todos construir a nova Síria", sublinhou.

O chanceler explicou que frear o terrorismo, aparte de ser uma exigência popular, é um parâmetro para medir a seriedade dos que estarão presentes na reunião anunciada para o próximo mês na cidade suíça.

"Alguns dos tais atores externos colocaram obstáculos antes da conferência e decidiram armar a oposição. Temos nossas dúvidas sobre os resultados, mas vamos propiciar a oportunidade das negociações", esclareceu.

Recentemente, os Estados Unidos – além de Catar, Arábia Saudita e Turquia, que vêm fazendo isso de maneira aberta – aprovou a entrega de equipamento bélico aos bandos armados e terroristas que procuram derrubar o governo constitucional.

"Só o povo sírio pode decidir quem pode governar a Síria, de maneira democrática", insistiu.

O chefe da diplomacia voltou a desmentir que Damasco tenha utilizado armas químicas como acusou Washington, seguido de Londres, Paris e Ancara entre outras administrações, com a pretensa finalidade de configurar uma escalada no conflito e justificar uma possível invasão militar no país árabe.

"A única explicação para que o presidente Barack Obama se aventurasse a realizar tais declarações está nas pesquisas de opinião, que demonstraram que os estadunidenses repudiam o fornecimento de armas à chamada oposição", disse.

"E, possivelmente, o pretexto das armas químicas faria com que os cidadãos se animassem a aprovar o envio de tropas", acrescentou o ministro.

Mualem afirmou, além disso, que cada vez que o Exército Árabe Sírio consegue novas vitórias, os inimigos da Síria declaram que é um imperativo dotar os bandos armados e terroristas de equipamento bélico.

O ministro também advertiu sobre o risco das recentes decisões tomadas durante a Cúpula dos autodenominados Amigos da Síria, em Doha, algumas delas com caráter secreto, "porque apontam o prolongamento da crise e conclamam à violência, morte e terrorismo mediante o fornecimento de mais armas".

Alertou também sobre múltiplos relatórios que indicam que a organização terrorista Frente Al-Nusra, filiada à Al-Qaida, controla povoados e regiões onde se aliaram a facções do chamado Exército Livre Sírio.

"Isso confirma que as armas fornecidas à oposição vão parar nas mãos da Al-Nusra", afirmou.

Fonte: Prensa Latina