Novo relatório expõe agressões sexuais entre militares dos EUA

A maioria dos militares em serviço ativo assediados sexualmente a cada ano nos Estados Unidos são homens, informou nesta segunda-feira (24) o jornal The New York Times.

"O debate sobre esta estatística tem sido focado extensivamente nas mulheres, mas os fatos reais são mais preocupantes", comentou o jornal.

Segundo o Departamento de Defesa, 26 mil membros em serviço denunciaram em 2012 "contatos sexuais" indesejados, e em 2010 a cifra foi de 19 mil.

Entre todas essas incidências, 53% dos expedientes sobre ataques menciona casos de homens agredidos por outros homens.

A grande maioria dos eventos que envolvem homens não são divulgados, por isso a visibilidade permanece no setor feminino, que representa menos de 15% das forças armadas, declarou o porta-voz militar Adam Cohen.

Pressionados pelo Congresso e organizações cívicas, o Pentágono e a Casa Branca reconheceram neste mês que o problema dos delitos sexuais no setor militar americano precisa de uma investigação exaustiva da Secretaria do Exército.

Só uma décima parte dos ataques sexuais contra mulheres no exército norte-americano são levados aos tribunais e a cada ano milhares de casos ficam sem divulgação, denunciou uma organização não governamental.

Rebekah Havrilla, porta-voz do grupo Rede de Ação pelas Mulheres Recrutas, assegurou que nas forças armadas dos Estados Unidos existe uma atmosfera ética típica de um "clube de machos" e muitos oficiais subestimam queixas sobre delitos evidentes.

A ativista social recordou que durante 2011 se registraram 2.439 queixas formais por agressões sexuais contra mulheres, mas só 240 expedientes judiciais foram ativados no período.

Fonte: Prensa Latina