Oposição síria condena decisão de armar grupos rebeldes
Um dirigente da oposição síria condenou, neste domingo (23), a decisão da Conferência de “Amigos da Síria” (como autodenominam países vizinhos e ocidentais que fomentam a violência interna no país) de enviar mais armas aos rebeldes sírios, decisão que os Estados Unidos e outros membros do Grupo dos Oito (G8) não conseguiram obter na sua cimeira, na semana passada, por interferência da Rússia, também membro do grupo.
Publicado 24/06/2013 10:56
Hassan Abdel Azim, chefe do Comitê Nacional de Coordenação para a Mudança Democrática, taxou a ideia de “ridícula”, agregando que a medida prolongará a crise e proporcionará a escalada da violência.
Em uma entrevista à agência chinesa de notícias Xinhua, Azim sublinhou que a decisão da conferência evidencia o interesse das potências ocidentais por prolongar a crise, a violência e o derramamento de sangue do povo do país árabe.
O secretário de Estado dos EUA John Kerry, em um discurso oferecido na reunião dos “Amigos da Síria”, anunciou no sábado (22) que os militantes sírios necessitam de mais apoios “para serem capazes de fazer frente aos desequilíbrios no campo de batalha”, também evidenciando o caráter de ingerência imperialista do seu país, embora em outros foros dê declarações favoráveis ao “diálogo político” enfatizado pela Rússia e outros aliados do governo sírio.
Neste sentido, o portal de notícias Al-Manar indicou, no domingo (24), que o regime de Israel enviou o primeiro carregamento de armas avançadas, destinadas aos grupos de rebeldes, muitos perpetrando atos de terrorismo na Síria.
Israel também já conduziu ataques aéreos contra o território sírio, que passaram incólumes à condenação dos órgãos internacionais, e continua reproduzindo declarações agressivas que encontram na postura dos EUA uma plataforma potente.
Cabe recordar que, em encontros com representantes russos, tanto Kerry quanto o presidente estadunidense Barack Obama concordaram, em tese, com a reivindicação de vários atores internacionais por um debate político como a única solução à crise síria, enfatizando inclusive a necessidade de uma conferência internacional que envolvesse todos os atores do conflito, à qual o governo sírio confirmou a sua eventual participação.
Entretanto, a postura bipolar da administração estadunidense evidencia a falta de compromisso com o respeito à soberania da Síria, com o apoio popular democrático que o governo do presidente Bashar Al-Assad recebe, e com a existência de uma oposição interna no país (que já debate com o governo há meses, na busca por uma solução à crise), e a responsabilidade ocidental e de países da região pela escalada da violência interna.
Com agências,
Moara Crivelente, da redação do Vermelho