Prêmio Nobel e líder indígena argentinos são recebidos pelo papa
O papa Francisco recebeu nesta segunda-feira (24) seu compatriota e Prêmio Nobel da Paz, o argentino Adolfo Pérez Esquivel, e o líder da comunidade indígena Qom La Primavera, Félix Díaz, informou em um comunicado a sala de imprensa vaticana.
Publicado 25/06/2013 15:21

O líder indígena manifestou ao pontífice seu agradecimento pela audiência e o a “manifestação de interesse e de apoio”.
Também apontou as dificuldades dos povos indígenas da Argentina e da América Latina, assim como sua preocupação pela proteção dos seus direitos, especialmente no que se refere ao território e identidade cultural.
Pérez Esquivel denunciou em várias ocasiões o sofrimento que há décadas suportam as populações indígenas na maior parte do continente latino-americano, assim como a agressão das políticas econômicas que favorecem multinacionais para expropriar-lhes as terras em que vivem.
“A Igreja católica teve um papel ativo na conquista da América e grande parte de cumplicidade com o genocídio dos povos originários, isto é uma parte da memória histórica dos nossos povos que não esqueceremos”, sustentou o Nobel da Paz em 1980 e presidente da organização não governamental Serviço Paz e Justiça (Serpaj).
Ele destacou que “assim mesmo também houve muitos sacerdotes e ordens religiosas que se puseram do lado dos povos indígenas frente à opressão”. “Não é por acaso que um jesuíta latino-americano queira receber e escutar os povos originários” expressou o Nobel argentino.
Há algumas semanas Félix Díaz foi nomeado como um dos delegados da Cúpula Nacional Argentina dos Povos e Organizações Indígenas, encontro em que se denunciaram graves marginalizações que sofrem estes povos no país sul-americano.
Díaz é líder da comunidade indígena Qom Ls Primavera, da província argentina de Formosa, e denunciou que seu povo é alvo de constantes agressões.
O episódio mais grave foi registrado no último 22 de maio, quando um aborígene Qom morreu na província de Chaco, no norte do país, nos graves confrontos com a polícia durante um protesto em que reivindicavam terras.
Félix Díaz denunciou também que sua sobrinha, Delina Díaz, morreu recentemente por falta de atendimento médico.
2,38% da população argentina é indígena, uma cifra que chega a 4% na província de Chaco e aos 6,1 por cento na de Formosa, segundo o último censo argentino, de 2010.
Com Infolatam