UNE e manifestantes entregam pauta no Congresso

Cerca de 1,5 mil estudantes protestaram ontem, em frente ao Congresso Nacional, pela aprovação do projeto que prevê recursos dos royalties do pré-sal para a educação e o Plano Nacional de Educação (PNE). A manifestação foi pacífica, convocada pela União Nacional dos Estudantes (UNE) e União Brasileira de Estudantes Secundaristas (UBES).

UNE e manifestantes entregam pauta no Congresso

Os estudantes se reuniram com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que prometeu votar o PNE na semana que vem. O projeto do Poder Executivo prevê diretrizes e metas para a área e determina a ampliação progressiva do investimento público em educação. Segundo a presidente da UNE, Virgínia Barros, haverá nova manifestação em frente ao Congresso nos próximos dias.
"Estudante na rua, qual é sua missão?", perguntavam as lideranças do movimento em um carro de som. Como resposta, os manifestantes gritavam "10% do PIB para a educação", enquanto desciam a Esplanada, em direção ao Congresso.

Os estudantes também pediram o passe livre no transporte público e a reforma política. Na terça, Renan apresentou uma proposta que prevê a gratuidade nos sistemas de ônibus e metrôs, mas na quarta, em reunião com sindicalistas, a presidente Dilma Rousseff disse que não seria possível implantar o passe livre no país. No entanto, o Planalto ainda não se manifestou oficialmente sobre o assunto. Ainda assim, o Senado aprovou ontem a tramitação da proposta em regime de urgência.

Também um grupo de seis pessoas, com líderes da "Marcha do Vinagre", da "Marcha das Vadias", do "Movimento Acorda Brasília" e do "Movimento Sou Ativista" levou sua pauta ao Congresso.
“São pautas gerais, mas não genéricas”, explicou Ariadne Martins, do Movimento Acorda Brasília. “Nós percebemos que existem questões que são levantadas por todos, como saúde, educação e combate à corrupção. Então, nós estamos pegando as pautas gerais, não estamos defendendo questões específicas de cada grupo”.

As pautas contêm reivindicações por reformas educacional, eleitoral, tributária e do Código Penal. Além disso, são abordadas questões como redução da verba de gabinete de parlamentares e o pedido de criação de ferramentas legais para que o povo possa solicitar referendos e plebiscitos na internet.
Pautas específicas também foram apresentadas. A representante do movimento feminista Marcha das Vadias, Rosana Oliveira, alega que “questões das minorias são sempre deixadas de lado em nome das questões ditas maiores para o país. Por isso as minorias políticas continuam sempre minorias. Mulheres, negros, crianças e indígenas continuam sempre invisíveis”, disse Rosana.

Fora, Feliciano

Entre as causas levantadas no país, ganhou destaque, entre os estudantes, o "Fora, Feliciano". Eles fizeram "beijaços" contra a permanência do deputado na Comissão de Direitos Humanos e gritavam pela saída dele. O protesto, que chegou a fechar o Eixo Monumental, terminou com um banho no espelho d"água em frente ao Congresso. Cerca de 300 policiais acompanharam o ato.