Publicado 05/07/2013 22:30 | Editado 04/03/2020 16:28
A cada cinco minutos uma mulher morre no mundo por hemorragia pós parto, apontada como a segunda causa de mortalidade materna. A primeira ainda é a pressão alta (hipertensão arterial). No Brasil, ocorrem duas mil mortes maternas por ano. Esses dados foram apresentados nesta sexta-feira, 5, durante Seminário Ação do Parlamento na Redução da Mortalidade Materna, realizado na Assembleia Legislativa do Ceará.
O deputado João Ananias, que é presidente da Subcomissão Especial para tratar do Fortalecimento da Informação e Prestação de Contas sobre a Saúde das Mulheres e das Crianças, da Câmara dos Deputados, ressalta que o mais grave é que 95% das mortes maternas são por causas evitáveis. No seminário, ele abordou o marco conceitual e convocatório para ação multissensorial e prestação de contas sobre mortalidade materna e infantil. A mortalidade materna no País caiu de 141 por 100 mil nascidos vivos em 1990 para 64 em 2011. No Ceará, a razão da mortalidade materna passou de 93,7 óbitos em 1998 para 67,8 por 100mil nascidos vivos em 2011.
João Ananias observa que, apesar da redução, o Brasil está longe de atingir a meta de 35 por 100 mil nascidos vivos. “Por isso, é preciso integrar as ações do parlamento, dos técnicos e da sociedade civil para reduzir os indicadores de mortalidade materna no Brasil”, disse, acrescentando que o seminário tem como proposta ampliar o debate sobre a mortalidade infantil e materna, no âmbito dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, elaborado pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 2000. O Seminário foi solicitado pelo deputado estadual Lula Morais (PCdoB), em parceria com o deputado João Ananias e realizado com o apoio da Secretaria da Saúde do Estado do Ceará.
O deputado Lula Morais, que é médico, observa que o País conseguiu avançar na redução da mortalidade infantil, mas apesar dos avanços tecnológicos, os indicadores de mortalidade materna continuam elevados. “Precisamos unir as organizações internacionais, Ministério da Saúde, os estados e municípios para aprofundarmos o debate, as causas e o caminho a percorrer para atingir os objetivos”.
O coordenador da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (MS), Juan José Escalante, disse que há 20 ano as causas da mortalidade materna são as mesmas, pois as grávidas continuam morrendo em decorrência da pressão alta, hemorragias pós- parto, infecções, doenças do aparelho circulatório complicadas pela gravidez, parto prematuro e aborto.
O seminário reuniu representantes da área de saúde dos estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Piauí e Maranhão. Também participaram do debate, representantes do Ministério da Saúde; da Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (Sesa); das secretárias municipais da saúde e da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas). A subcomissão vai elaborar um relatório com as sugestões e dados sobre mortalidade materna de todos os estados brasileiros.
Fonte: Assessoria do Dep. João Ananias