Colômbia: Camponeses pedem que governo atenda demandas 

O governo colombiano espera retomar nesta segunda-feira (8) o diálogo com os camponeses em protesto na região do Catatumbo, que se recusaram a aceitar o fim da paralisação como condição para uma mesa de diálogo.

Após 28 dias das manifestações, esta será a quarta vez que as partes tentam chegar a um acordo para começar a conversar.


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De um lado o governo condiciona a mesa ao desbloqueio das estradas; do outro os camponeses, cansados de tantas promessas, asseguram que se acabarem com as manifestações, tudo ficará igual e provavelmente o Estado voltará a descumprir sua parte.

No último domingo (7), o vice-ministro de Trabalho José Noe Rios, chegou a Tibú, epicentro dos protestos no Norte de Santander, para tentar negociar as condições que permitissem estabelecer finalmente a mesa de negociação.

Os 200 líderes agricultores que lideram a mobilização reafirmaram que só suspenderão a greve quando for discutida a lista de reivindicações e for feito um compromisso formal.

Há um alto nível de desconfiança, os camponeses não acreditam no Governo, declarou a meios locais Cessar Jerez, um dos líderes das manifestações, que também negou os boatos do ministério de Defesa, que acusa vários porta-vozes de estarem vinculados à guerrilha.

Na última quinta-feira (3), esse ministério revelou supostas provas sobre as relações dos líderes camponeses com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia-Exército do Povo (Farc-EP).

A informação publicada pelos meios corresponde a uma estratégia do ministério de Defesa que procura desvirtuar os protestos, deslegitimar os porta-vozes e prejudicar o diálogo entre o Estado e as comunidades camponesas, sublinharam os agricultores.

Por outro lado a Organização Nacional Indígena da Colômbia expressou sua intenção de se deslocar de diferentes partes do país para apoiar os protestos no Catatumbo, que reúnem mais de 16 mil pessoas.

Entre as principais reivindicações dos agricultores estão a declaração de uma Zona de Reserva Camponesa, a substituição gradual dos cultivos ilícitos, a defesa dos direitos humanos, subsídios para mitigar a crise alimentar e acesso à saúde em uma região abandonada pelo Estado há mais de sete décadas.

Fonte: Prensa Latina