Dieese: Alta dos juros só gera menos emprego, menos salários

De acordo com o coordenador do Dieese, Nelson Karan, tendência de elevação de taxa de juros pode levar Brasil para o caminho da Europa. Para o especialista, "isso significa menos emprego, menos salários, menos oportunidade para todos. Esse remédio que o mercado pede é o que vem sendo aplicado nas economias europeias, cujo resultado estamos todos assistindo”, avalia Karan. 

Para o coordenador do Dieese “os países mergulham e aprofundam sua crise, com mais recessão, com mais desemprego. Então, a saída não é por aí. Precisamos alavancar o crescimento da economia brasileira através do consumo das famílias e do investimento público e privado.”

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Ele recorda que o Banco Central toma como base para sua decisão a opinião do chamado “mercado”, formado por no máximo cem instituições financeiras que têm interesse direto na alta de juros, que cria melhores condições para o ganho com títulos de curto prazo, em detrimento do aumento dos investimentos produtivos que poderiam levar a economia brasileira a um crescimento saudável.

Desde o começo do ano são fortes as pressões para que o Copom reverta a trajetória de queda inédita assistida ao longo dos dois primeiros anos do mandato de Dilma Rousseff. Os pedidos têm dado resultado, levando a uma série de elevações.

“Quando o mercado sobe suas previsões de inflação está pedindo que o governo aja nessa direção. O resultado dessas ações se expressa no crescimento da economia. Quanto maior a taxa de juros, menor o ritmo de crescimento da economia. Esse ser chamado mercado é bastante esquizofrênico”, avalia Karan.

Nos três primeiros meses do ano o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, ficou sempre acima do teto da meta, que é de 6,5% ao ano. Mas, de lá para cá, a tendência de alta se desfez e, embora em alguns momentos o topo do objetivo fixado pelo governo tenha sido ultrapassado, a equipe econômica aposta em fechar 2013 dentro dos prognósticos.

Em paralelo, a gestão Dilma Rousseff tem tido dificuldades em garantir o crescimento da economia. Nos próximos dias o ministro da Fazenda, Guido Mantega, deve promover uma nova redução na projeção deste ano, de 3,5% para 3%.
 
Fonte: Rede Brasil Atual