Entidades querem sindicância, Secretário se exalta

 

 

Entidades representantes dos servidores públicos tocantinenses protocolaram nesta terça-feira, 9, na Secretaria Estadual de Administração (Secad) um pedido de sindicância nas contas do Plansaúde. Na Secad, os sindicalistas foram recebidos pelo secretário Lúcio Mascarenhas que, exaltado, se irritou com a presença deles e da imprensa.



Presidente do Sindicato dos Profissionais em Educação Física, Luciano Lucas informou ao CT que os sindicatos foram até a secretaria para cobrar uma ação do governo pelo fato de que os médicos que atendem pelo Plansaúde decidiram suspender os atendimentos até que seja regularizada a questão do pagamento. Ele frisou que os descontos na folha de pagamento dos servidores continua sendo efetivado mensalmente e que, por isso, o governo precisa tomar providências para que estes recursos cheguem aos profissionais que atendem pelo plano.



“Queremos que seja investigado o porquê de os servidores estarem sendo descontados e os médicos não estarem recebendo”, explicou.



Segundo ele, os sindicalistas foram recebidos por Mascarenhas de forma "áspera" e, a princípio, o secretário, "exaltado", não quis receber o documento pedindo a abertura da sindicância. “Depois ele voltou atrás e recebeu”, contou. Ainda segundo ele, o secretário reclamou da presença da imprensa, alegando que os sindicatos não precisavam expor a situação daquela maneira.



Presidente do Sindicato da Enfermagem (Seet), Ismael Sabino da Luz disse que o secretário afirmou que vai efetuar o pagamento em atraso aos médicos, mas que não definiu um prazo. “Ele disse que vai resolver o problema o mais rápido possível”. Também destacou que o Sindicato dos Médicos (Simed) enfatizou no encontro que há três parcelas em atraso a serem pagas aos médicos que atendem pelo plano e que a categoria decidiu que só voltará a tender quando este débito for quitado.



“O servidor não pode ser penalizado. O governo precariza a saúde dos servidores. Quando deixa de repassar aos médicos, sobra mais dinheiro para ele gastar com o que bem entender, mas isso não está certo. A verba tem que ser direcionada para a finalidade dela, que é garantir o atendimento aos servidores”, defendeu.

 

CT entrou em contato e aguarda uma manifestação da Secad sobre o assunto.



Plansaúde

A partir desta segunda-feira, 8, os médicos credenciados no Plansaúde foram orientados pelo Sindicato dos Médicos do Tocantins (Simed), a interromper o atendimento caso não recebam pagamento dos serviços. Para a presidente do Simed, Janice Painkow, o governo vem descumprindo o acordo firmado. “O acordo era que os médicos receberiam remuneração em 45 dias depois da entrega das faturas. Isso não está acontecendo. Faturas entregues em 10 de abril ainda não foram pagas”, afirmou Janice.



No dia 1º de abril foi assinado o Termo de Ajuste de Conduta (TAC), que visava regularizar questões sobre o Plansaúde e garantia o atendimento e assistência médica aos usuários sem interrupção. Representantes da Defensoria Pública, Secretaria de Administração Estadual (Secad), Unimed Centro Oeste e Tocantins e Prestadores de Serviços Pessoa Jurídica, Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Tocantins (Sintras), Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde e do Estado do Tocantins (Sindessto), assinaram o documento.



Na quarta-feira, 3, quando foi realizada a manifestação dos médicos, Janice Painkow afirmou que Plansaúde continuava em atraso. “O TAC foi só uma desculpa para levar a dívida para frente. A orientação é que os médicos não atendam até que se organizem as contas que estão atrasadas”, criticou a presidente.


Fonte: Cleber Toledo